HONRA AO MÉRITOPersonalidades

DOUTOR OTAVIANO DE OLIVEIRA

Um homem! Um Guerreiro! Um Menino…

Sempre disposto a colecionar novas vitórias na vida, este guerreiro não para. Ele é um lutador incansável que sempre atuou e continua atuando em várias frentes. Seja na sua profissão de advogado, formado pela UFMG, seja em movimentos de liderança cooperativista, ou à frente pela educação… O fato é que, o espírito de liderança que lhe é inato, conduz a sociedade e como um clarão, ilumina a todos com novos projetos, muito empenho e com o entusiasmo efervescente de uma juventude que insiste em o dominar!

Com uma trajetória marcada por sucessivas vitórias e grandiosas conquistas, começamos a apresentação deste nosso personagem pelo início. A partir de agora, o leitor terá clareza de que, o que faz um guerreiro é a fé, mas é também a garra de se colocar à frente do seu tempo e lutar incansavelmente por uma sociedade mais justa e mais humana onde a dignidade alicerça novas e contínuas realizações.
Partimos de Santo Antônio do Monte, Minas Gerais, onde Otaviano de Oliveira nasceu e viveu sua infância como um menino sempre muito voluntarioso e trabalhador.

A INFÂNCIA
Aos cinco anos de idade, ele preparou uma vara de ferrão para guiar os bois da fazenda, para ser um candieiro de bois. O seu pai temia que ele pudesse ser o candieiro, porque era uma criança, mas esperto como sempre foi, ele acabou entrando no carro de boi sem que o seu pai percebesse. O carro de bois ao atravessar uma porteira fez com que a roda batesse no couceiro da porteira… o carro balançou e ele caiu do carro de boi.
A lembrança deste tempo, sobretudo deste episódio é tão marcante que o nosso personagem não se esquece daquele boi, de nome “Pilintra” que naquela ocasião se assustou e o jogou imediatamente ao chão.
A roda do carro passou sobre a sua barriga, por milagre ele não morreu.
Uns centímetros acima, teria massacrado o seu coração.
Alguns centímetros abaixo, teria arruinado os seus rins, e por pouco não o quebra algumas costelas.
O seu pai gritou por “senhor Bom Jesus” e o rei dos reis, o salvou.
Este Otaviano de Oliveira, foi levado ao médico e milagrosamente, foi dado como salvo. Sem nenhuma lesão.
Milagre!
Por isso o seu pai, foi durante 55 anos, foi a Congonhas, visitar o Senhor Bom Jesus, por muitas vezes o Otaviano foi com o pai, e sempre que pode ele visita Congonhas, em agradecimento.

OS ESTUDOS

Nos tempos de escola, alguns percalços devido à distância e a precariedade da estrada, visto que ele morava na roça. Por vezes, uma professora mal humorada que ele teve, o mandava pra casa dizendo que ele estava molhado, ou que ele estava muito sujo de poeira, o certo é que para completar um curso de quatro anos, ele gastou seis ou sete anos. Ele diz que pode ter sido um aluno não muito bom, mas certamente teve uma professora incompetente.
Ao surgir uma professora realmente mestra, a qual ele faz questão de citar o nome, dona Diva Solto, de Santo Antônio do Monte, aí o Otaviano embalou… e concluiu com êxito a escola primária aos 11 anos de idade, no grupo escolar Amâncio Bernardes, uma escola fantástica.
Naquela época Santo Antônio do Monte só tinha escola primária. Mas, ele queria mais!

Ele tem um irmão de nome Antônio Nestor, que havia concluído a escola primária sem maiores dificuldades, porque tinha o conforto da casa dos avós em Santo Antônio do Monte, e não precisava fazer todo o percurso que o Otaviano fazia para ir para a escola. O Antônio Nestor concluiu a escola com quatro anos, enquanto o Otaviano, fez em seis ou sete anos.
Mas, o Antônio foi trabalhar na roça e já se dava por satisfeito.

Mas, o Otaviano, depois de concluir a escola com dificuldade, chegou para o seu pai e disse;
Pai eu quero continuar estudando… ao que o seu pai respondeu;
Poxa, Otaviano… você não foi um bom aluno na escola e quer continuar estudando?!
O seu irmão que foi bem nos estudos está satisfeito em trabalhar comigo na roça… e você…
O pai ficou em dúvida.

Otaviano decidiu então levar o diretor do Ginásio Padre Herculano, de Itapecerica/MG à fazenda de seus pais em Santo Antônio do Monte. Depois de muito dialogar com o diretor da referida escola e os convencer de dar uma oportunidade ao filho para continuar com os estudos.
Naquele momento, seu irmão Antônio, que até então permanecia calado, sentado a um canto da sala, levantou-se e disse:
Olha! Se o Otaviano for para o Ginásio eu também quero ir.
E aí, Antônio Nestor e Zilá sentiram certo impacto com a surpreendente decisão do filho mais velho, que havia saído do Grupo Escolar há 4 anos e estava se dedicando as atividades rurícolas.
Os pais acataram também o pedido do filho mais velho e justificaram dizendo: “Antônio sempre foi um ótimo aluno na escola, logo merece igual oportunidade. ” Devem ter pensado: se custear os estudos do Otaviano em ginásio interno já seria difícil, imaginem estudar os dois! Isso aconteceu em novembro de 1951. O certo é que em dezembro de 1951 ambos foram para o internato do Ginásio São Geraldo de Divinópolis, considerado por Otaviano como uma das melhores escolas de ensino fundamental das décadas de 50, 60, 70…

Uma vez concluído o curso fundamental completo que destino tomaram?
Belo Horizonte foi a cidade escolhida para seguir nos estudos.

Um novo desafio surgiu, pois, os pais não teriam como pagar os estudos para eles. Antônio foi o primeiro a ir para Belo Horizonte. Entrou para uma escola noturna, profissionalizante de Contabilidade e começou a trabalhar na agência Curitiba, do Banco Belo Horizonte. Em 1955, Otaviano também seguiu para Belo Horizonte, mas com ideais diferentes ao do Antônio, matriculou-se no curso científico do Colégio Arnaldo, situado na Carandaí, com Rua Bernardo Monteiro.

Otaviano disse aos pais e ao irmão Antônio que não iria fazer contabilidade, pois pretendia seguir carreira e o curso de contabilidade era muito limitado. Ao ver a iniciativa do Otaviano, o irmão Antônio cancelou a matrícula do curso de contabilidade e também ingressou no Colégio Arnaldo. Se você for pro colégio Arnaldo eu também vou. E assim eles foram.

Pouco depois os dois conseguiram entrar para a UFMG, mesmo porque, não teriam condições financeiras para bancar um curso em uma escola superior privada.
Concluiu com êxito o curso de direito. E o irmão, o Antônio Nestor, o curso de medicina.

Dois irmãos saídos da roça, completamente vitoriosos!

JÁ FORMADO, TEVE SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA NO TRIBUNAL DO JURI NA ÁREA CRIMINAL

Ao se formar, foi para Lagoa da Prata, Minas Gerais, e se tornou professor e advogado. Fez o curso de letras, já por sua conta, no INESP de Divinópolis. E foi muito valioso para a vida. Aprendeu a didática, aprendeu a lecionar… aprendeu a fazer juris. Então, o curso de letras acabou sendo muito importante pra ele também como advogado.

Fez júris memoráveis.

Certa vez, aconteceu um crime em Lagoa da Prata, em que um cidadão mal formado, que batia na esposa, casada com ele, e nos seis filhos do casal, na cidade de Divinópolis, MG, onde moravam.
E certo dia, os irmãos da esposa, não suportando mais tantas agressões, disseram a ele:
_ Olha Sebastião, se você continuar aqui em Divinópolis você será um homem morto.
Sebastião caiu na real e partiu para Lagoa da Prata.
Arrumou uma companheira que fazia os seus trabalhos na zona boêmia, mas, contudo, era uma mulher boa.

Ele muito ciumento, muito agarrado à mulher, começou a bater nela também porque não admitia que ela tivesse outros romances além dele.
Até o dia em que esta coitada, resolveu colocar um fim ao casamento.

Arrumou um noivo da cidade de Arcos, MG, o Senhor João. Ele era quase um octogenário e ela, uma menina de uns quarenta, ou cinquenta anos. Eles se enamoraram e acabaram marcando o noivado.

A menina disse pra ele; Olha João, nós temos que nos casar em Arcos, porque eu tenho medo que o Sebastião, meu companheiro anterior possa aprontar conosco no dia do casamento.
Eles casaram-se em Arcos, MG, mas, a família, ingenuamente, marcou a festa de casamento nas proximidades da praia na rua onde mora hoje o prefeito Di Gianne, bem próximo à casa do Di Gianne.

E a festinha começou, com um pessoal muito animado para receber os noivos, e quando eles chegaram o Sebastião estava lá. O primeiro companheiro da jovem noiva.
No momento em que desceu do carro, o João já casado com a referida jovem, levou uma facada do rival Sebastião e levado ao hospital, dois dias depois, ele morreu.

O Sebastião foi levado à Júri em Santo Antônio do Monte, MG, e condenado a alguns anos de cadeia. O promotor tinha pedido pena máxima pra ele, de 30 anos.
Por homicídio qualificado, traição, motivo fútil, por matar um idoso…

Todas as qualificativas haviam contra o tal de Sebastião.
Mas, o júri dele foi anulado e ele voltou a novo júri em Santo Antônio do Monte e aí é onde o Otaviano entra verdadeiramente na história.

O meritíssimo Juiz da comarca, o Doutor Jaime Henrique Abreu, o nomeou a ser o advogado do Sebastião. Aquele Sebastião que havia matado covardemente o João no dia do seu casamento.
Poxa vida!… Missão dificílima.

Veio o dia do júri. Em meio as pessoas, lá estava a mãe do Doutor Otaviano de Oliveira, acompanhando o trabalho do filho voluntarioso.
Mas, puxa vida!
Era um júri dificílimo… o cara estava incluso no artigo 121 com todas as agravantes. Com pedido de pena de mais de 30 anos. E aí o Otaviano teve algumas luzes do Divino Espirito Santo, inspirado pela presença de sua mãe… no plenário do júri, fez uma defesa fantástica e conseguiu tirar da cadeia e livre no fórum, o criminoso Sebastião.

Como? Como que o Otaviano fez esta defesa?

Ele usou o argumento de que, o Sebastião havia morrido de susto.

Porque?

O Sebastião, teria dado no senhor João uma facada pelas costas, mas, a faca entrou apenas três ou quatro centímetros na altura da clavícula do lado direito.
E aí ele deparou que no processo não havia necrópsia. O ministério público falhou.
O delegado de polícia falhou. Então baseado neste erro ele indagava dos jurados:
Como pode o Senhor João ter morrido em consequência desta facada?
É um crime impossível.

E provou que a distância que vai da clavícula ao coração é de 13 a 14 centímetros e a faca tinha penetrado apenas 3 ou 4 centímetros. E aí, perante os jurados, ele indagou se aquela facada tinha sido a causa da morte, se ela tinha atingido um órgão vital para provocar a morte do João. E a resposta aos quesitos foi não.

O seu cliente, o assassino Sebastião, saiu absolvido no fórum da comarca de Santo Antônio do Monte, por quatro votos a três.

E iniciava ali uma carreira vitoriosa do Otaviano, também na área criminal.
E vários outros juris ele fez ao longo da sua vida, sempre conseguindo resultados condizentes com as condições dos réus.

Bom, a caminhada do Otaviano, como dissemos no início desta matéria, ela teve segmentos vários…
Na área cível e também área trabalhista, principalmente.

NA ÁREA TRABALHISTA
Em Lagoa da Prata havia uma modalidade de pagamento aos funcionários da usina açucareira no sistema de vales, ou “Borós”, por sinal o Boró, foi considerado o primeiro cartão de crédito do mundo. Lançado pelo saudoso Cel. Luciano na década de 40. Mais precisamente no ano de 1946.

O Doutor Otaviano conseguiu provar na justiça que aqueles pagamentos feitos em borós e vales eram nulos. E aí, o Otaviano sobressaiu também na área trabalhista se tornando um ótimo advogado trabalhista.

Ele pugnou em favor de aproximadamente 700 funcionários da usina açucareira, sempre com êxito. Porque não havia condições de perder as demandas. Primeiro porque ele fazia uma instrução bem condizente perante a justiça. E segundo porque os pagamentos passaram a ser considerado NULOS.

Então, qualquer trabalhador da usina que reivindicasse a revisão indireta de contrato de trabalho com base na nulidade dos pagamentos, ganhava a ação.
E ele ganhou juntamente com o Doutor Célio de Carvalho, o seu colega de escritório, centenas de ações.

 

DO SEU EMPENHO POR JUSTIÇA:

Alguns fatos evidenciam a luta de Otaviano de Oliveira pelo pequeno produtor e pelo direito dos trabalhadores quando em defesa dos produtores de leite da Coopersam ele
abriu um inquérito contra a gigante Nestle e foi em plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em defesa dos pequenos produtores, na CPI do leite, conforme registro no link abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=9fhe-dfbz9U

 

À FRENTE DO COOPERATIVISMO:

Novos momentos de vitória do Otaviano está no Cooperativismo.
Em 2020 eram 119, o número de associados da COOPERPRATA – Cooperativa dos Produtores de Leite de Lagoa da Prata, MG, e contava com um milhão e trezentos e dezenove mil reais em reserva, aplicados. Pôde distribuir de sobras para os associados naquele ano, no valor de R$306.000,64. Sendo a única cooperativa do Brasil com o compromisso de distribuir estas sobras entre os associados. E com o compromisso firmado em assembleia, de que, se em algum momento a cooperativa não gerar lucros, “a diretoria não recebe os honorários e se isso vier a acontecer por dois anos consecutivos a diretoria terá que renunciar.”

É este o trabalho e o compromisso para com o cooperado. As assembleias, assim como a COOPERPRATA, estampam vitórias!

 

DOS SEUS ROMANCES:

“A beleza da mulher é arte, é poesia, são todas as notas da mais bela melodia…”

O Otaviano, talvez por trazer aquele espírito de menino voluntarioso, guerreiro… ele sempre despertou simpatia de muitas lindas jovens, em Lagoa da Prata, MG, em Santo Antônio do Monte, MG, em Divinópolis, MG… afirma sempre ter tido mulheres bonitas e virtuosas a quem ele respeitou sempre como namorada.

Conta ainda, que sem dúvida, o grande romance da sua vida, ele viveu em uma noite de festas, no salão do Glória Clube em Santo Antônio do Monte, no ano de 1964. Quando ele teve o prazer de ser par constante de Marília de Dirceu, Miss Minas Gerais e em 4º lugar Miss Brasil.

Momentos desta noite glamourosa e sobretudo encantadora, estão registrados no seu blog pessoal com uma riqueza de detalhes que permite ao internauta viajar no tempo e vivenciar a experiência, como telespectador de um dos mais belos romances da história recente já contados aqui nesta nossa região.

Reportagem da revista “Manchete”(RJ) sobre a eleição da beleza divinopolitana de Marília de Dirceu como Miss Minas Gerais em 1964.

https://www.youtube.com/watch?v=egmdVyP14Fg&t=69s

Para mim, a experiência de conhecer este ser humano incrível que é o Doutor Otaviano de Oliveira, foi um marco na minha vida de jornalista e de publicitária. Muito do que eu vivi em torno destes registros me renderam insights que tem grande probabilidade de frutificarem num futuro próximo. Uma vez ouvi que uma pessoa é a soma de pessoas que passam por ela. Sou grata por esta passagem com esta personalidade que soma grandemente com todos aqueles que tem o prazer de desfrutar da sua presença.
Este Otaviano é detentor da minha admiração e para ele os meus sinceros votos de sucesso em tudo sempre!

Otaviano de Oliveira é filho de Antônio Nestor de Oliveira e Zilá de Oliveira, nasceu em uma família de oito irmãos: Antônio, Afonsina, Domitildes, Altivo, Pedro, Paulo, Maria Helena. Maria da Conceição e Maria Lúcia (in memoriam).

Foi casado com Eisaurinda Sotes Borges, e tiveram quatro filhos: Otaviano Júnior (médico do clube Atlético Mineiro), Ana Cristina (Mestra da UFMG), Aida Meirelle (Arquiteta) e Graziela Flávia (médica anestesista). Sete netos.
Visite o seu blog, e permita-se informar e entreter!

https://otavianodeoliveira.blogspot.com/?view=snapshot

 

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