HONRA AO MÉRITOMelhores Profissionais

Ana Claudia Oliveira: Uma Pioneira na Quiropraxia

Ana Claudia é uma mulher empreendedora que vem se destacando em Lagoa da Prata, sendo
pioneira no ramo da quiropraxia. Natural da cidade, é filha única de Terezinha e do senhor
Mirim, que, aos 80 anos, é motivo de grande orgulho para ela. Ana Claudia sempre valoriza
suas raízes, recordando com carinho de uma infância alegre, uma adolescência intensa e uma
juventude plena.

Desde jovem, Ana Claudia foi movida por um profundo desejo de fazer a diferença.
Inicialmente, no ensino fundamental, almejava ser advogada, para promover a justiça. Porém,
em uma reviravolta do destino, essa trajetória foi redirecionada. Aos 17 anos, no último ano

do ensino médio, sua mãe passou por um procedimento cirúrgico que, apesar de bem-
sucedido, trouxe complicações inesperadas. Após alguns dias de pós-operatório, sua mãe

acordou com uma dor excruciante na coluna que não passava. Diversas consultas médicas e
até uma internação foram necessárias, mas o diagnóstico permanecia incerto. Com o tempo, a
dor foi se aliviando, mas o impacto dessa experiência foi profundo.

No meio desse cenário, Ana Claudia participou de um teste vocacional na escola. Embora
inicialmente estivesse determinada a estudar Direito, o resultado do teste a surpreendeu,
revelando uma inclinação natural para a área biológica. Relutante a princípio, por associar essa
área ao magistério – uma profissão que via de perto através de sua mãe, uma professora
dedicada – Ana Claudia decidiu explorar outras opções. Foi então que descobriu a quiropraxia,
uma profissão que a encantou por sua capacidade de diagnosticar e tratar distúrbios do
sistema musculoesquelético, especialmente da coluna vertebral. Ela se lembrou da dor que
sua mãe havia enfrentado e sentiu um chamado para seguir por esse caminho.

Determinada, Ana Claudia buscou informações sobre o curso, mesmo sem acesso à internet ou
a um computador na época. Descobriu que o curso era oferecido apenas em São Paulo e no
Rio Grande do Sul, optando por São Paulo devido à proximidade. Trabalhando em um
consultório odontológico, ela pagou a inscrição para o vestibular sem contar à mãe, temendo
que ela não aprovasse a ideia devido às questões financeiras. Quando a mãe soube,
surpreendeu Ana Claudia, providenciando um táxi para levá-la até São Paulo, onde, após
alguns percalços na cidade desconhecida, conseguiu fazer a prova e foi aprovada.

Com a conquista do vestibular, Ana Claudia viu suas notas na escola caírem, o que lhe rendeu
um alerta: se não se formasse, não poderia cursar a faculdade. Determinada, recuperou seu
desempenho e se formou no ensino médio. Em São Paulo, foi morar na casa de uma senhora
que sua mãe havia conhecido, preferindo isso a viver em uma república. No primeiro dia de
aula, Ana Claudia foi introduzida ao verdadeiro significado da quiropraxia, o que inicialmente a
fez questionar sua escolha. No entanto, a jornada até ali tinha sido árdua demais para desistir,
e ela decidiu continuar.

Foram quatro anos e meio de estudos intensos, com material didático em inglês e professores
americanos. A quiropraxia era uma área ainda pouco conhecida no Brasil, e Ana Claudia
enfrentou o ceticismo de muitos, exceto de sua mãe, que sempre a apoiou. Mesmo com
dificuldades financeiras, ela conseguiu concluir a faculdade, contando com o financiamento
estudantil do governo (FIES). Formou-se em junho de 2006, integrando a terceira turma do
curso no Brasil. A cada desafio superado, Ana Claudia sentia que Deus a havia escolhido e
capacitado para essa missão.

Após a formatura, Ana Claudia permaneceu em São Paulo por um tempo, onde conheceu seu
futuro esposo na faculdade. Casaram-se em 2006 e mudaram-se para Araçatuba, no interior
de São Paulo, onde o marido conseguiu emprego. Logo, Ana Claudia engravidou e, ao realizar o
ultrassom, descobriu que esperava gêmeas. A emoção foi intensa, mas logo surgiram desafios:
as meninas nasceram prematuras, com apenas 900 gramas, e precisaram de cuidados
intensivos na UTI por três meses. Mesmo após a alta, ainda não tinham atingido o peso
mínimo esperado.

Com as filhas exigindo cuidados especiais, Ana Claudia enfrentou um período de grandes
dificuldades, acordando a cada três horas para alimentá-las. Quando as gêmeas completaram
um ano e três meses, sentiu que era hora de voltar a trabalhar. Contudo, a vida em São Paulo
estava complicada e, desejando um ambiente mais tranquilo, retornou a Lagoa da Prata.
Pouco depois da mudança, descobriu que estava grávida novamente e precisou morar na casa
da mãe por um ano, onde a filha mais nova, Luíza, nasceu quando as gêmeas completaram
dois anos.

Ainda grávida, Ana Claudia começou a atender pacientes na casa da mãe, improvisando
consultas na cama de solteira. O boca a boca funcionou, e logo mais pessoas começaram a
procurá-la. Um dos pacientes, Dr. Marcos Cândido, dono de um consultório odontológico,
ofereceu-lhe uma sala emprestada para que pudesse atender de forma mais profissional. Aos
poucos, o reconhecimento foi chegando, com pacientes vindos de diversas cidades da região.

Demorou seis anos para que Ana Claudia sentisse plenamente o reconhecimento de seu
trabalho, mas, em 2016, ela finalmente viu que poderia viver da quiropraxia. Em 2017, recebeu
uma homenagem que a emocionou profundamente, sendo um sinal de que estava no caminho
certo. Além disso, soube de duas pacientes que se inspiraram tanto em seu trabalho que
decidiram seguir a mesma carreira, algo que Ana Claudia considera uma das maiores
recompensas de sua trajetória.

Hoje, Ana Claudia olha para sua jornada com gratidão. Ela transformou vidas, criou laços
duradouros com seus pacientes e se sente realizada por poder viver de uma profissão que
ama. Em seu tempo livre, gosta de viajar, cozinhar e, acima de tudo, desfrutar da companhia
de suas filhas e sua mãe, com quem sempre compartilha momentos preciosos.

Para os jovens que estão começando suas carreiras, Ana Claudia deixa uma mensagem de
perseverança: nunca desistam de seus sonhos e acreditem que é possível realizá-los. E, acima
de tudo, não ignorem o chamado de Deus para suas vidas, pois, com fé e apoio familiar, tudo é possível.

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Mônica Garcia

Mônica Garcia

A revista Official Chic foi idealizada por sua proprietária, a Jornalista Mônica Garcia, para ser um veículo atemporal que dissemina a arte, a cultura, o empreendedorismo e com holofotes em empresas que se destacam em seus segmentos e nos profissionais que atuam de forma inovadora e diferenciada dentro das suas especialidades.
É também uma passarela artístico-cultural onde o poder da criação tem liberdade para apresentar todas as suas nuances.

As causas sociais e filantrópicas também são prioridade da idealizadora desta revista, sobretudo o autismo, que se tornou uma luta de causa e de vida!