DOUTOR DIOGO OLIVEIRA CHAVES
Por: Mônica Garcia
Médico, mestre em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Na sua primeira entrevista à jornalista Mônica Garcia, em 27 de maio deste ano de 2021, a pauta foi sobre a sua tese de mestrado onde ele apresentou um estudo sobre a taxa de mortalidade sobre o câncer de pâncreas no Brasil, passando por todos os estados da federação no ano de 2000 a 2017, o estudo que teve dois anos de duração tem impacto na carga global da doença. E você confere a entrevista completa através do nosso canal: YOUTUBE/OFFICIALCHIC
Para a entrevista que nos rendeu esta matéria, entretanto, nós vamos viajar no tempo… voltar à Alfenas, cidade que fica no sul de Minas Gerais, onde ele nasceu e viveu a sua infância, sempre rodeado de amigos, brincando pelas ruas da cidade com os seus carrinhos de rolimã coloridos e velozes… jogando bola, tirando a sorte no jogo de bolinha de gude, ou participando de festas populares e da escola.
Alfenas, é uma cidade muito rica, com cerca de 95 mil habitantes, contando com os estudantes que devem somar aproximadamente de 10 a 15 mil, o município sedia duas universidades, a Unifenas e a Unifal (Universidade federal de Alfenas, que antigamente era Ufoa, (Universidade federal de farmácia e odontologia de Alfenas), cujos cursos formam profissionais há mais de 100 anos. Como o curso de odontologia, por exemplo. As duas universidades abrigam também cursos de medicina. A cidade conta ainda com um hospital universitário, além da Santa Casa. Uma cidade com grande diferencial para a formação de distintos cidadãos.
Outra particularidade que faz a cidade ser tão importante é o fato de que os líderes políticos da região, decidiram que Alfenas seria a sede para abrigar a ALAGO (Associação das cidades do entorno do Lago de Furnas) que contam 34 municípios.
E a área de saúde, podemos dizer que é uma cidade bem completa e muito estruturada.
Nossa personalidade destaque de hoje, doutor Diogo Oliveira Chaves, é filho de Edvald Noronha Chaves, um cearense que chegou em Alfenas no ano de 1976. Sua profissão tem nomes distintos para diferentes regiões e muda de acordo com as épocas. Na antiguidade, poderíamos dizer que Edvald fosse caixeiro viajante. Em Lagoa da Prata, MG, teria ganhado o título de rifeiro. No Ceará o nome certo é mascate.
No geral estes nomes identificam o profissional de vendas. Profissão importante dentro e fora das empresas, pois que, embora não tenha em nenhuma universidade o curso de vendas, é a vida e o conhecimento nas diversas áreas e produtos que formam os vendedores. “Venda é sobre conhecer o produto e saber se relacionar… gostar de pessoas”. Sem estes profissionais nenhuma organização se firma. A economia só avança efetivamente a partir do comércio e das negociações em torno da venda.
A sua mãe, Leila Rosa de Oliveira Chaves, é natural de Campo do Meio, cidade do Sul de Minas. Foi durante as visitas de Edvald às suas avós, que Leila o conheceu.
As suas duas avós, tanto materna quanto paterna, eram clientes de Edvald.
Hoje o mix de variedades comercializados por Edvald é enorme… Entretanto, nesta época, eram somente os artigos de cama, mesa e banho.
O pai de Leila, trabalhava na usina, Aradinópolis, e dispunha de um recurso financeiro razoável. Para investir na formação dos filhos, decidiu comprar uma casa na cidade de Alfenas para que os filhos pudessem estudar e por coincidência a encontraram no mesmo bairro onde Edvald e o irmão tinham montado casa.
Ela e Edvald, começaram a namorar, e em 1987, veio o primeiro filho, Diogo Oliveira Chaves. Cinco anos depois, a caçulinha, Ana Caroline, que hoje é dentista, formada em uma universidade de Alfenas.
Quando Diogo Oliveira Chaves, tinha de sete para oito anos de idade ele foi convidado para ser coroinha, na igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima. Ele se orgulha muito dessa passagem na sua vida, e afirma com satisfação ter sido uma decisão importante para a sua formação como ser humano. Depois de ter sido coroinha, ele, já adolescente entrou para o grupo de acólitos, que tem como objetivo ajudar o padre nas missas e prestar acolhida às famílias. Nesta mesma igreja ele fez parte também do coral e estar ao lado do padre nas missas o ajudou a perder a inibição de estar no meio das pessoas e de falar em público. O que refletiu de forma positiva no seu desempenho na escola para desenvolver e apresentar trabalhos em grupo. Esta passagem da sua vida, teve peso na decisão no momento de escolher a sua profissão. Ajudar as pessoas se tornou sua maior meta, o seu grande objetivo… sua maior obra e o seu legado.
Isso porque ao visitar as famílias, durante as ações de acolhida da igreja, levando cestas básicas, leite e agasalho, ele percebeu que eles precisavam de muito mais… e que cuidar da saúde das pessoas seria a maior contribuição que ele poderia ter para somar em sociedade.
Se inspirou em dois médicos na cidade de Alfenas. O doutor Clemente Rodrigues, médico ortopedista, por perceber que pra este profissional não importava se o paciente chegava com o valor total da consulta, com a metade, ou sem nenhum dinheiro no bolso. Ele sempre os atendia de forma igualitária. Este médico foi uma pessoa muito humana. Um exemplo. Fatídico infarto o impediu de continuar…
Outro médico que ajudava muito as pessoas na cidade de Alfenas, chamava-se Cláudio Cardoso, era ministro da eucaristia. O doutor Cláudio Cardoso tinha um costume diferente da maioria dos profissionais da área médica. A grande maioria não participa das coisas da igreja, talvez por serem céticos ou por acreditarem muito na ciência.
Observar a conduta destes dois mestres da medicina, fez com que o doutor Diogo Oliveira Chaves, decidisse desde muito novo, seguir carreira em medicina. Para ter uma vida digna e para ajudar as pessoas.
Aos 18 anos passou no curso de medicina na cidade de Juiz de Fora, lá na zona da mata mineira. Perto de Barbacena, próximo ao Rio de Janeiro, onde ele estudou por seis anos. Fez sua especialização em gastroenterologia e endoscopia digestiva na Faculdade de Ciências Médicas da Saúde de Juiz de Fora, MG, e logo depois, escolheu a cidade de Lagoa da Prata, MG, para morar e trabalhar. Ele chegou na cidade no ano de 2012, por intermédio de um grande amigo do seu pai, o senhor Ozamar, dono da Fashion Cosméticos. Na época, o prefeito era o Antônio Divino de Miranda (Divininho). Época em que teve oportunidade de ser também diretor do pronto socorro municipal.
Doutor Diogo, relembra alguns dos momentos em que o Ozamar, em visita a seu pai em Alfenas, para tratar de negócios, dizia:
“Edvald, põe este menino seu na rifa! Este menino sabe falar bem… é comunicativo! Leva jeito. Sabe ler bem… escreve bem!… vai ser um ótimo rifeiro. Vai dar certo demais no ramo da venda!”
E o seu pai respondia que não, que o filho gostava de estudar e que dizia querer ser médico.
O tempo passou…
E hoje ao encontrar o Ozamar, doutor Diogo fala, “êh, Ozamar, você queria me levar pra rifa hein sô!” – Entre sorrisos, celebram a alegria desta conquista do doutor Diogo em se tornar médico. Entre olhares, compartilham da alegria de ver se tornar possível os esforços da família em contribuir para esta realização… brindam a vida!
No calor da amizade que sempre os uniu.
Lagoa da Prata é uma cidade que ele gosta muito. Ele, desde que chegou sempre teve uma acolhida maravilhosa por parte de toda a população e desde então ele busca retribuir com uma prestação de serviços qualificada. Esta atitude gerou reconhecimento e gratidão por parte do povo lagopratense, que o aplaudiu de pé na solenidade realizada pela câmara municipal no ano de 2016, onde ele recebeu o título de cidadão honorário do município.
Hoje, a visita do doutor Diogo a Alfenas, é um evento!
A casa dos seus pais, que nunca deixou de ser sua, fica ao lado da casa dos avós maternos, dona Lázara e senhor José. Em família, eles degustam pratos próprios da cozinha mineira e fazem receitas também do Ceará, que foram passadas pela avó Carolina.
Ele que não gosta de cozinhar aprecia Vatapá, baião de dois, baião de fava… tapioca!… Guguzá.
Mas, gosta também de galinha caipira com pequi. De suã com arroz. De costela com mandioca! Não dispensa um ovo frito com arroz bem branquinho… E aprecia os frutos do mar. A comida chinesa e a culinária árabe… Japonesa!
É bom de garfo e aprecia a comida feita com amor. Admira quem gosta de cozinhar. Come bem… e come de tudo!
Sem frescura.
Influenciado por um dos primos, Diogo Oliveira Chaves, se tornou torcedor do Palmeiras ainda menino. Na época, a Parmalat era patrocinadora oficial, ele se lembra bem. E o time ganhava sucessivos jogos, isso fez com que a paixão pelo timaço aumentasse cada vez mais.
Gosta de acompanhar e analisar o cenário político desde que começou a se inteirar do assunto na escola, através de reportagens, estudos e pesquisas. Tempos depois, já formado, foi professor de história geral e de história do Brasil, em um colégio em Alfenas, cuja grade escolar chamava-se CRA (CURSO DE REFORÇO APLICATIVO). Ele vê a história como algo de suma importância na vida de todo e qualquer cidadão. E usa uma frase do primeiro ministro britânico, Winston Churchill para exemplificar a importância dos atos políticos dentro da própria história. Churchill dizia; “Quanto mais você quer acertar na frente, mais pra traz você tem que olhar” então, o passado é muito importante. “A gente não precisa inventar muita coisa… Basta olhar pra traz!
Se engana quem acha que ele nunca participou de eleições. Participou, sim…
Na escola!
Nas eleições para a presidência do diretório acadêmico do curso de medicina, ganhou e presidiu o diretório do curso por dois anos na Faculdade Suprema.
Voltando à política propriamente dita, o que ele enxerga como uma grande falha, é principalmente as formas que algumas lideranças encontram de quererem anular as ações feitas pelos seus antecessores. Às vezes é um projeto que está dando certo e eles tiram o projeto de circulação. Ou mudam o nome… isso acontece tanto no âmbito federal, como estadual e municipal. Ele acha que é preciso se ter mais respeito. Cada um faz até certo ponto. Visto que tudo, é impossível fazer. Uma vez que a população só aumenta e as demandas também.
Então, vem um prefeito e investe em infraestrutura, recapeamento, saúde, educação… já vem outro e dá atenção para outras áreas que ficaram carentes… como talvez, o esporte, a segurança, o trânsito… ninguém dá conta de tudo e cada um em determinado momento tem as suas prioridades. A vida, é uma eterna refazenda.
“Se a ideia é boa… se o projeto é bom… a pessoa que vem depois, ela tem que continuar!”
Aumentar, aprimorar… e não cortar. Isso é pobreza de espírito. Não existe governo 100% ruim ou 100% bom. O governo, elege prioridades!
E relembra uma citação do Papa Francisco, onde ele diz que “O pastor, tem que ter cheiro de ovelha”, o político, tem que estar no meio do povo. Saber o que precisa, saber o que o povo quer.
A humildade é muito importante para todos nós. E no caso dos políticos, não ser arrogante, não ser prepotente… receber as pessoas… saber ouvir, é imprescindível.
Ainda segundo o doutor Diogo, melhor notícia, que ele teve na sua vida aconteceu no dia 11 de junho, quando ele soube que iria ser pai. Foi num momento emocionante demais e por um outro lado muito difícil, porque o pai da sua esposa, Graciela, estava hospitalizado e veio a falecer uma semana depois de eles descobrirem a gravidez.
“Mas, o Francisco, tá aí!”
O nome, foi escolhido por ele, e não é uma referência ou homenagem ao Papa, mas, à São Francisco de Assis, pela história de São Francisco, que praticou a caridade, a bondade, a ajuda ao próximo… que abdicou de tudo para cuidar dos mais necessitados e daqueles que precisavam de ajuda.
Então, ele quer que o seu filho siga um pouco da vida de são Francisco. Sendo humilde.
Não que ele queira que ele seja santo.
Mas, que seja humano, justo e bom. Pois já é um menino muito esperado e muito amado.
Crédito: Mônica Garcia
Foto: Doutor Diogo Oliveira Chaves, sua esposa Graciela e o filho Davi.
MENSAGEM ao Leitor:
Nesta mensagem ao leitor ele usa de uma frase de um ícone da MPB para expressar a sua sintonia e gratidão para com a vida!
Milton Nascimento é um grande poeta. Uma das maiores vozes da música brasileira. E a mensagem é de que:
“É preciso ter força, é preciso ter garra, é preciso ter raça, é preciso ter gana e ter sonho sempre!” Quem tem na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida!
Maria. Maria!
A nossa entrevista aconteceu em seu consultório particular no Instituto Joana D’arc em Lagoa da Prata-MG, à Praça Capitao Jose Bahia, 70, Santa Helena Lagoa. Telefone: (37) 3261-1200
Doutor Diogo Oliveira Chaves atende também na UPA (UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO) em determinados dias da semana e na Policlínica.