Dra. Soraia Silva
Natural de Santo Antônio do Monte, ela morou na cidade até os dezessete anos quando foi para Belo Horizonte, estudar e depois seguiu para a cidade de Três Corações, onde fez faculdade de odontologia, se casou e teve suas duas filhas. Trabalhou naquela cidade exercendo a sua profissão durante oito anos.
É de uma família de cinco irmãos. Filha do Senhor Osvaldo, mais conhecido na cidade como (Osvaldo do Posto), Empreendimento que continua na família sob direção dos seus irmãos, Oswaldinho e Cássia. A irmã mais velha, Célia, mora em Divinópolis, e a outra irmã, Silvana, é também moradora de Samonte.
A sua descendência vem de famílias muito numerosas, tanto do lado da Mãe, dona Afonsina Cabral, quanto do seu pai que é da família dos “Luis da Silva”, o seu avô paterno viveu mais de 100 anos e os irmãos dele também.
A Dra. Soraia iniciou os estudos, no prezinho na Escola Nossa Senhora de Fátima, onde hoje é a Escolinha Chave do Saber, depois fez de 1ª a 4ª série na Escola Estadual Amâncio Bernardes. Escola fundada em setembro de 1917 com arquitetura neoclássica, foi tombada pelo Patrimônio Histórico.
Concluiu o primeiro grau na Escola Álvaro Brandão, depois voltou para a Escola Nossa Senhora de Fátima, onde tinha o curso de Magistério, ela fez este curso juntamente com o curso de química. Estudava de manhã e à noite.
Nesta época ela já sabia que queria cursar odontologia. Seguindo a mesma carreira de três irmãos da sua mãe, que são dentistas.
Em Belo Horizonte, ela fez cursinho e passou no vestibular, na época ela tinha passado em fisioterapia na federal de BH, mas, ela passou também em odontologia na UNINCOR, em Três Corações. Como ela queria mesmo era odontologia, ela nem se importou com esta vaga da federal. E também não insistiu em fazer mais vestibulares, porque a esta altura o seu desejo em iniciar os estudos no curso de odontologia já era enorme. Dra. Soraia Silva se formou na turma de 1991.
Em 1992 teve a primeira filha, Monique, que hoje é dentista, ela mora e trabalha em Florianópolis. E em 1995 teve a sua segunda filha, Ingrid, que é cineasta e trabalha na Globo do Rio de Janeiro.
Um ano depois do nascimento da sua filha caçula, a doutora Soraia Silva, fez a sua primeira Pós-graduação em Prótese Dentária, em Três Corações, também na UNICOR. Esta pós, tinha uma ênfase muito grande em dores faciais, e ela se empolgou para tratar as dores faciais e até hoje ela atua nesta área. Na época, um dos seus professores era muito conhecedor desta área que era muito desconhecida, até aquele momento. Foi em 1998, que começaram os maiores estudos nesta área, antes não se falava nisso, ou pouco se falava, na verdade.
Nessa época, um grande nome da DTM chegou no Brasil, Doutor Okeson. O seu livro foi traduzido e os nossos professores dividiram por capítulo e entregaram aos alunos, que tiveram que apresentar alguns capítulos.
De forma que foi um seminário muito grande em torno deste livro. Isso aconteceu no início do ano, porque no final do ano o Okeson, tinha marcado de vir para Belo Horizonte, e este professor os levou na ocasião para o congresso que aconteceu na capital.
Ela se encantou com esta área, e desde então, estuda as dores neurofaciais, as desordens temporomandibulares, e o bruxismo.
No ano 2000 ela voltou para Samonte, e montou o seu consultório, na cidade. Em 2001, ela foi fazer um aperfeiçoamento internacional em DTM. Foi com grandes nomes internacionais que ela se aperfeiçoou, pelo período de um ano. E cada vez mais foi se dedicando nesta área.
Em 2017, ela resolveu fazer uma nova atualização, porque é uma área que está crescendo muito, com muitas pesquisas científicas e é uma área que ainda conta com poucos profissionais no mercado por ser uma área muito complicada. A DTM, não trata de uma alteração só na boca, envolve uma alteração sistêmica, onde o profissional precisa saber um pouco de neurologia, de psicologia, de cardiologia… de otorrino… é preciso ter conhecimentos em várias áreas. Não que ela venha a atender cada uma destas especialidades, mas, para entender como que este sistema funciona em conjunto. Então, é diferente, do que eles na odontologia chamam de um tratamento mecanicista.
O que seria isso?
O dente do paciente quebrou, ele chega no consultório do dentista, se assenta na cadeira e o dentista pega a resina, reconstitui o problema e o paciente sai com o problema resolvido e pronto, acabou.
A área de DTM não é assim. Na maioria das vezes eles não lidam com dores agudas, e sim com dores crônicas. E estas dores são de difícil controle. Muitas vezes o medicamento certo, pode levar até três semanas para fazer efeito. E o profissional precisa saber manejar isso, para que diminua o sofrimento do paciente, até que o medicamento chegue num resultado satisfatório.
Inclusive ela comenta que recebe muitas indicações de pacientes, que vão ao dentista para resolver uma dor de dente, e que a dor não está no dente. A dor está no músculo, ou em outras alterações que refletem a dor para o dente. Então são dores de difícil diagnóstico.
Por isso ela não fala que atende só DTM, porque a DTM atende dores na articulação.
As dores orofaciais, que podem estar comprometendo a musculatura. São dores que afetam tanto o sistema mastigatório: dentes, línguas, face como um todo, bochechas, articulações… toda a área de abrangência que podem estar todas confusas.
Dores Orofaciais, Desordens temporomandibulares, é um dos tratamentos que ela faz. É um trabalho minucioso que requer muito estudo. E a cada dia que passa aparece mais técnicas que até então eram desconhecidas, por isso ela está sempre estudando e aperfeiçoando.
Por isso, em seguida da sua atualização em 2017, ela começou uma especialização com um dos maiores nomes internacionais, em EndorfFDTM que é o Doutor Eduardo Januzzi, ele tem curso aqui no Brasil e em Portugal. Dentro da especialização ela aprendeu técnicas que ela já fazia, porém com novas manobras, como por exemplo insuflosuplementação,
que é a infiltração de medicamento dentro da articulação. Laser terapia, agulhamento seco, bloqueio anestésico de tecidos e nervos.
Ela decidiu se aprofundar também nos estudos de bruxismo. E o bruxismo, ele acomete os dentes, a musculatura… que na verdade são só as vítimas, eles não são quem desenvolvem o problema. Quem desenvolve é o sistema nervoso central, por isso ela precisa entender de neurologia.
Porque não adianta ficar só tratando o dente. Muito antigamente, fazia-se o ajuste oclusal, na intenção de controlar o bruxismo. Hoje não. Hoje, ela faz um ajuste oclusal na intenção de tirar o trauma oclusal para não continuar estragando os dentes. Não que aquilo vai tratar o bruxismo, mas é para que os dentes não tenham um dano maior, para que eles possam ser preservados. Ao mesmo tempo, tem que fazer um controle do bruxismo, que é a nível do sistema nervoso central. Então, quando é preciso ela encaminha para o neurologista, ou para outras especialidades.
Aprofundando neste estudo sobre o bruxismo ela chegou no SONO, e começou a estudar o sono, isso porque tem o bruxismo que acomete o paciente durante o sono e tem o bruxismo que acomete o paciente enquanto ele está acordado. Tecnicamente são chamados de bruxismo do sono, e de bruxismo de vigília. Que são bruxismo diferentes.
Por isso a doutora Soraia Silva, começou a estudar incansavelmente sobre o sono. E acabou por ir pro curso de capacitação do sono.
Mais uma pós!
Que ainda não é conhecida como especialidade dentro da odontologia, assim como tem a medicina do sono, agora a gente tem a odontologia do sono, a fisioterapia do sono, a fono do sono… Então está só crescendo esta área. Hoje se fala muito sobre o sono, e passamos a entender o quanto ele é importante para recuperar todas as nossas funções vitais para que o nosso organismo funcione direitinho.
Ela conta que às vezes a pessoa liga e fala, olha, eu gostaria de fazer um tratamento de bruxismo.
Só que tem que marcar uma consulta.
Aí, o paciente fala do outro lado: Mas, eu sei que eu tenho bruxismo.
Ela diz, tudo bem. Mas, eu tenho que fazer o meu diagnóstico!
Porque?
Porque existe, como já falamos anteriormente, o bruxismo do sono e o da vigília. São bruxismo diferentes. Com manifestações diferentes.
Com horários diferentes. E existem três tipos de bruxismo.
O bruxismo, de ranger os dentes.
O bruxismo de apertar, e o bruxismo de tensionar a musculatura.
E ela tem que identificar, qual dos três tipos de bruxismo o paciente está tendo e em qual momento ele está tendo. Para que ela possa fazer um tratamento bem direcionado. Por isso não é tão fácil.
Em alguns casos ela trabalha em conjunto com o médico do sono, para que ela possa proporcionar um benefício maior para o paciente.
Ela estuda os estágios do sono, para diagnosticar e tratar devidamente o paciente, porque às vezes, o bruxismo pode estar acompanhado de uma apneia do sono, pode estar acompanhado de um refluxo gastroesofágico…
E então o paciente precisa entender que existe este refluxo, saber quais as consequências que ele acarreta. E a apneia, ela traz muitas consequências para o organismo. A pessoa predispõe a ter uma pressão alta de difícil controle, e várias outras doenças. Altera totalmente a produção de hormônio.
A exemplo da pessoa que tem tireoide, pode ter associada uma apneia, e ela nem sabe. Outro exemplo, a mulher que está na menopausa, a quantidade de hormônios que altera, pode também alterar a apneia.
No homem também, o índice de testosterona pode estar ligado a apneia.
Então, são muitas as alterações. A apneia, ela, altera muito a produção de hormônio que a exemplo; a gente tem dois hormônios muito importantes no controle de peso, que é a grelina e a leptina. A grelina, ao contrário da leptina, atua com estímulo ao apetite e à fome. Já a leptina tem ação inibitória à fome. A hora que a pessoa dorme, o organismo aumenta a produção do hormônio da saciedade e diminui a produção do hormônio da fome. Por isso quando estamos dormindo, não sentimos fome.
A apneia leva o paciente a pequenos despertares, que a ciência chama de microdespertar. Não que a pessoa venha a acordar e abrir os olhos, mas isso superficializa o sono. De forma que quando o paciente está no sono mais profundo, a pressão arterial baixa, para que o próprio organismo possa dar um tempo pros nossos órgãos vitais, que passam a trabalhar de forma mais tranquila, desacelerada. A gente diminui a audição… até a sensação de tato o nosso organismo diminui. Todo o nosso organismo entra numa calmaria…
Quando a pessoa tem apneia, superficializa. O sono estava profundo, e todo o organismo respondendo a esta tranquilidade quando de repente, o coração acelera, o cérebro não descansa, a pressão arterial fica de difícil controle, a pessoa não consegue perder peso, pelo contrário, ela começa a ganhar mais peso. O ganho de peso, também piora, porque a gente não engorda só a barriga, a gente engorda língua, a gente engorda pescoço, possibilitando um apertamento das vias aéreas, que durante o sono, os especialistas chamam de colabamento, que é quando você deita, a via aérea fica mais estreita e acaba uma parte encostando na outra que é onde não dá passagem de ar.
Este é um tipo de apneia que a odontologia pode ajudar no tratamento, que é a apneia obstrutiva do sono, e foi justamente neste tipo de apneia que a doutora Soraia Silva, se especializou.
Existe outra apneia do sono, que é a apneia central, que não tem nada a ver com o estrangulamento das vias aéreas, e esta é uma área totalmente independente da odontologia. A odontologia não entra nesta área.
A área que é tratada na odontologia é a apneia obstrutiva do sono.
E no ronco. Muitas vezes o ronco está associado com esta apneia, outras vezes o ronco, pode ser o que se chama de ronco social, que é o ronco que só incomoda quem está ouvindo, porque aquela pessoa que tá roncando, dorme perfeitamente.
O ronco social, é um ronco que não traz prejuízo para o paciente. Porém, existe o ronco associado com a apneia, é preciso que se faça o diagnóstico direitinho para saber se o ronco dela é só o social, ou se está associado a apneia ou se está associado ao refluxo gastroesofágico.
Por isso, quando o paciente chega e é diagnosticado com bruxismo, ela se preocupa muito com o sono do paciente. Quando o bruxismo é do sono, ela se preocupa muito com a apneia. Porque se a pessoa tem a apneia do sono, ela não pode usar uma placa de bruxismo, porque ela vai piorar a apneia do bruxismo, daí a importância de entender se ela tem a apneia.
A doutora Soraia Silva, faz primeiro a exclusão da apneia obstrutiva do sono, para depois iniciar o tratamento do bruxismo. Porque do contrário piora. Por isso, em alguns casos, ela conta com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, onde pode encaminhar o paciente para neurologista, otorrinolaringologista, entre outros.
São 30 anos de formada, numa área que é a sua verdadeira paixão.
Sua maior satisfação, é quando o paciente chega no seu consultório com resposta positiva ao tratamento e diz não sentir mais dores. Este é o ápice da felicidade para ela, dentro da sua profissão.
Sempre buscando novos desafios, sejam no ar, na água ou na terra, participou recentemente da Expedição 4×4 Aventura no Rally dos Sertões (o maior Rally do mundo com mais de 8.000km) ao lado de seu namorado Fernando Duarte.
Mensagem: Independente da área que você deseja seguir, que siga com muita dedicação, porque mais pra frente isso é cobrado da gente, ou isso é retribuído ou isso é reconhecido de alguma forma. Então é isso, é ter cuidado, dedicação e amor… amor à profissão, amor ao próximo, porque a gente sempre está lidando com pessoas. E estar sempre estudando e buscando melhorar em tudo e aprimorar no trabalho.
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