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JM CONCEPT BEAUTY

Jaqueline e Maria Eduarda, são irmãs, proprietárias do salão de beleza, JM Concept Beauty, em Santo Antônio do Monte, filha de Maria da Conceição, conhecida como São e Eustáquio, conhecido como Tostão, muito popular no Reinado. São 5 irmãos, elas duas, a Julia que trabalha com elas, o Wesley e a Roberta.

Sobre a infância, a Jaqueline diz que amou ser criança, porém foi uma fase muito sofrida, uma vida muito difícil. Não estudou porque tinha que ajudar em casa, infelizmente o pai era alcoólatra e não deixou nada seguir em frente na vida dele. Não conseguia estudar porque ficava preocupada com os irmãos que estavam com fome, pensou ser melhor ir trabalhar.

Além disso não tinha calça para ir para a escola, uma professora lhe disse que só entraria na sala se fosse de calça, e ela teve vergonha de dizer que não tinha, então preferiu ir trabalhar. E assim se ocupou de babá, doméstica, em lojas de chinelo, de rifa, em padarias, várias funções, até que foi a trabalhar no salão da Roseli, ficando muitos anos com ela, saiu apenas para trabalhar para si mesma, abrindo o seu primeiro salão, simples e modesto.

A Jaqueline tinha 12 anos quando a Maria Eduarda nasceu. Ela não tem muita lembrança da infância, mas não passou necessidade como a irmã mais velha. Tirando o alcoolismo, o pai era um excelente genitor, muito amoroso, o melhor que podiam ter, nunca bateu nelas. Ficavam tristes por ver ele alcoolizado, a mãe, claro que não gostava, e eles brigavam.

A mãe era nervosa e difícil, porque precisava cuidar de todas as responsabilidades da casa. O pai bebia 30 dias direto e não trabalhava, consequentemente não recebia, depois passava 2 meses sem beber, e em seguida voltava a beber, era inconstante. Hoje vê que a mãe foi forte demais, conseguiu criar bem os filhos, pela vida que tiveram conseguiram seguir um bom caminho, dão graças a Deus, por isso.

Desde criança já tinha sina com loiros, brincou até os 14 anos de boneca, pegava as imitações das barbies, pela manhã molhava os cabelos delas, lavava, depois fazia cachinhos com os dedos, colocava os grampos, e deixava no sol para secar. Quando voltava do trabalho tirava para ver os cachos e brincava. Considera um dom.

Lembra que teve uma vizinha, a sra. Inês, que hoje ela trabalha com estética, e quando foi no salão delas disse que ficava muito feliz de ver que elas estavam bem, pois quando elas ainda eram adolescentes, pegaram uma cadeira lavatório que ela havia jogado fora e levou para o quintal da sua casa.

Quando Jaqueline foi trabalhar com salão, na época não era o que ela mais amava, sempre quis fazer faculdade, porém era algo longe da sua realidade de vida. Havia parado de estudar, porque também pensava que não teria dinheiro para pagar faculdade.

Quando saiu da Roseli montou um salão na casa da sua mãe, era grande, com muitos compartimentos, os irmãos já haviam casado e saído de lá, estavam morando somente elas com os pais. Não tinha condições financeiras para abrir o salão, começou com cento e cinquenta reais, oito esmaltes, um secador e uma escova. Havia uma estante para colocar produtos, entretanto não os tinha ainda.  A Jaqueline começou sozinha, a Maria Eduarda era muito nova ainda.

Nunca ganharam nada de ninguém, nem dos pais, porque eles não dispunham de recursos. Hoje se sente grata por ter sido assim, acredita que isso fez delas mais fortes. O pai conseguiu fazer um empréstimo no banco de mil e duzentos reais para comprar uma cadeira e um lavatório, e ela tinha uma maca para depilação.

Conta que pediu a Deus que desse a elas ao menos 04 clientes por dia para conseguir pagar a prestação de uma moto que havia comprado. Como Deus sempre dá mais do que se pede, hoje tem mais de 40 clientes numa sexta-feira, no sábado de hidratação atende 90 pessoas.

No final do ano de 2009, se mudaram para um cômodo em frente à sua casa, vieram muitos clientes, e não dava para atender todos, ficavam pedindo para a Maria Eduarda fazer um ou outro procedimento e ela fazia alguns pequenos serviços, ia ajudando. Nessa época o salão dava apenas para sobreviver, não sonhavam ainda em ter salão grande e arrumado, o que ganhava era para manter a família, comprar comida, e precisavam ajudar o pai também, que havia tido um infarto aos 60 anos, e necessitava de medicamentos.

Aos poucos foram crescendo e se mudando, apesar de ser para locais melhores ainda era tudo muito simples. Dizem ser sempre muito fiéis a Deus, sabia que um dia aquele sofrimento iria acabar, sonhavam com uma vida melhor, mas sabia que não seria fácil.

A relação delas é de mãe e filha, pela diferença de idade, a Jaqueline ajudou na criação da Maria Eduarda, criou-se um vínculo maternal.

Na semana do natal o padre Adeuzire passou no salão para desejar boas festas e falou que uma daquelas pessoas iria alcançar uma graça muito grande. Havia cinco pessoas dentro do salão, elas duas e três clientes. A Maria Eduarda desejou que fosse para Jaqueline, porém o padre olhou para Maria Eduarda e disse que era para ela mesma, ficou emocionada e começou a chorar. Ele disse que não precisava chorar, pois o que ela estava pedindo a Deus iria receber até dia 27 de fevereiro do ano seguinte.

Ela pensou que deveria ser sobre o salão, pois rezava sobre isso, e o local que estavam não tinha piso. Quando foi no dia 23 de fevereiro fizeram contrato para se mudarem para lugar melhor onde foram mais reconhecidas. Antes não conseguiam juntar dinheiro, pagavam as contas, mas tudo muito contado. Conversavam entre elas e diziam que precisavam de paciência, que um dia conseguiriam sair dessa fase.

Quando conseguiram juntar dinheiro, foram fazer cursos, pois faziam tudo somente com o dom. O primeiro curso foi em Belo Horizonte, a pessoa não deu o certificado, foi muito ruim, se sentiram enganadas. O segundo foi um divisor de águas, com Márcio Leme, embaixador da Trans, isso mudou a vida delas, fala que foi Deus que colocou ele na vida delas, dando norte, repassando os produtos certos, da forma correta de usá-los, como tratar as clientes, ser humanizado.

Elas cresceram muito rápido, não tinham preparo, não pensavam que seriam empresárias, cresceu bastante a cartela de clientes. No começo atendia num espaço muito pequeno, quando acabava com o serviço de uma cliente não dava para ela esperar dentro do salão, tinha que sair para conseguirem atender a próxima, pois não cabia.

Tinham apenas uma cadeira e um lavatório, depois ampliaram e dobraram, tiveram problema na encanação porque não haviam planejado, não teve projeto com arquiteto, era somente da cabeça delas, chamavam encanador e mandavam instalar. Compraram o lavatório mais barato que tinha e dava problema, vazava, quando estavam atendendo molhava todo o chão.

Em dezembro de 2018, haviam conseguido juntar uma certa quantia de dinheiro e começaram a planejar uma nova mudança, mas, infelizmente perderam uma tia em que o pai era muito ligado, sofreu muito com a perda. Sua avó faleceu quando o pai tinha sete anos e foi criado por essa tia. Em março descobriram um tumor no pai, essa notícia contrariou todas as expectativas, pois estavam com tudo para se mudar.

Elas são as filhas que mais ajudam aos pais, então tiveram que esperar, pois sabiam que precisariam do dinheiro para ajudar o pai, por mais que fosse atendido pelo sus, era preciso fazer exames particular, para agilizar o processo. Quando os médicos viram os resultados dos exames afirmavam que ele teria apenas trinta dias de vida.

Sempre sonharam em tirar o pai da vida sofrida, melhorar a qualidade de vida dele, falavam para Deus que ele não podia morrer porque estavam crescendo com o salão, não aceitavam e não queriam acreditar, porque tinham muita fé em Deus. O próprio pai que ensinou a ter fé.

Pensa que a garra e o esforço foi a mãe que passou para elas, no entanto desde criança o pai ensinou que em qualquer situação que estejam, para tudo conseguir, mesmo passando por dificuldades, acreditava que Deus e Nossa Senhora ajudaria. Fala emocionada, a única coisa que lembrava, quando os médicos falavam que ele ia morrer, era que bastava ter fé que iriam conseguir vencer.

A Maria Eduarda havia começado a faculdade, pensou em trancar. Falou para o pai que sempre quis estudar para dar qualidade de vida para ele e para a mãe, e agora se ele morresse não teria motivo para se formar, ele respondia que Nossa Senhora havia permitido o adoecimento para testar a fé deles, e dizia que eles estavam mostrando que não tinham fé, mas ele tinha bastante, afirmava que ficaria curado, repetindo todos os dias.

Seu pai ficou dois meses sem comer direito, ingeria apenas uma sopa de farinha de milho e um suplemento alimentar, a nutricionista queria colocar a sonda nele e a mãe não deixou. Quando ele não queria comer, sentavam os quatro e elas falavam que só levantariam da mesa depois que ele comesse. Chegaram a fizer a dieta junto com ele para dar força, até chá que não gostavam passaram a tomar para que ele tomasse. Os netos ajudando também, o pai tinha o desejo de ajudar a criar os netos. Tinha muitos ensinamentos a repassar, como ter caráter, respeito e honestidade.

Em julho de 2019, seu pai juntou os filhos e disse que todo dia tossia e cuspia uma casca preta, e sabia que Deus estava fazendo isso para colocar a ferida para fora. Para os médicos era impossível, mas Deus havia curado ele, primeiro pediu para comer um pastel e não se engasgou, depois começou a comer direitinho. Na festa de Reinado, em agosto, o pai dançou, e contou para todos que estava curado.

Mesmo após um tempo, o ponto que queriam alugar ficou fechado, acredita que esperando por elas, e mesmo sem ter nada comprovado pelos médicos, tocaram o projeto e inauguraram o salão em novembro de 2019. Sentem que esse ano foi do pior ao melhor ano da vida delas. Inauguraram numa quinta e no sábado o pai engasgou novamente. Pensaram se Deus havia enganado elas, mas Deus não engana, concluíram que deveria ter um motivo.

Ele engasgou a noite e contou somente no domingo de manhã. Levaram ele para Divinópolis pensando que teria um melhor atendimento, porém ele só foi atendido as 14h.  Fizeram uma endoscopia, encontraram um pedaço de carne obstruindo. Ele contou para o médico que teve um tumor no esôfago, o médico foi perguntar para elas se era verdade, porque não tinha nada no esôfago dele.

Elas questionaram como não tinha mais nada se ele havia engasgado, e o médico falou que o esôfago não deglute mais como antes porque já fez quimioterapia e radioterapia, então a carne de boi que não é mastigada bem pode causar o engasgo, então pode acontecer. Mostraram onde havia o câncer e o médico disse que não havia nem cicatriz, então viram que o engasgo do pai naquele dia foi para comprovar a cura, porque ainda estavam preocupadas com a inauguração, que gastaram todo dinheiro que tinha, e vendo que ele estava comprovadamente curado ficaram mais tranquilas.

O médico que fazia o tratamento disse que já havia se preparado para fazer o atestado de óbito, pela medicina não havia condição dele sobreviver. A nutricionista Karina falou que ele ficou curado pelo amor da família. Ele reconhecia que tinha que ficar curado porque a família o amava muito.

Na época que inaugurou, trabalhava apenas elas duas e mais duas moças que ajudavam, mas a Jaqueline falava que queria um salão grande para que várias pessoas pudessem trabalhar, para dar emprego a outras pessoas.

O salão foi crescendo veio os desafios da vida de lidar com funcionários e gerir pessoas. Hoje já aprendeu muito e ainda há bastante para aprender, se tornou o maior salão de Santo Antônio do Monte, é referência dentro da cidade e fora, tem cliente de Lagoa da Prata e Divinópolis. Tem onze pessoas na equipe, não aceita ninguém falar que ganharam o salão com facilidade, porque foi com muito suor e muita fé.

Inauguraram em 2019 e em 2020 veio a pandemia, foram dois anos sem quase ganhar dinheiro, mas conseguiram manter a estrutura com a graça de Deus. Até o ano passado ainda foi difícil, estavam voltando a funcionamento aos poucos, esse ano foi melhor, entretanto acredita que o próximo ano será fenomenal.

Trabalham com o que gostam, pensa que ajuda a resolver o problema de muitas mulheres e com honestidade o dinheiro entra. Sentem que venceram em Santo Antônio do Monte, mesmo não sendo fácil, sentem que algumas pessoas não as aceitam, porque elas tinham tudo para dar errado, mas conseguiram se destacar.

Antes não tinham dinheiro nem para fazer placa para colocar na fachada, as pessoas iam no salão da Jack. Acredita que ninguém é pobre por acaso, a pessoa atrai a pobreza, fizeram um treinamento de inteligência emocional e pensam que o pobre é pobre por ignorância, ou por orgulho, por arrogância ou prepotência. Achar que tudo é caro, atrai a pobreza para a vida.

Elas conquistarem os clientes com humildade. Lembra de algumas vezes em que ia fazer as unhas de uma cliente e não tinha acetona e nem dinheiro para comprar, então pedia para a pessoa pagar antes, saia para comprar e voltava para fazer as unhas. Havia dias que ficavam desanimadas, mas no dia seguinte Deus renovava as forças e estavam prontas para continuar. Querem poder sempre evoluir.

Falam sobre crenças limitantes, de acreditar que churrasco ou galinha caipira só podem ser consumidos aos domingos porque é cara, ou usar roupa nova somente para sair. Acredita que isso atrai escassez para a vida, Deus fez as pessoas para viverem abundantemente, não é por ser cristão que tem que viver com pouco. Em casa acreditavam ser normal comer sem carne e não é normal, pode acontecer, mas não é para ser normal.

Quanto ao nome do salão JM Concept surgiu por ter visto no Instagram um salão famoso que chamava Du Nunes Concept, achou muito bonito, então se inspirou nesse nome. Uma amiga fez a logomarca e deu de presente.

As pessoas hoje vêm elas como concorrentes forte, em várias áreas, na área dela de biomedicina e no salão.

Maria Eduarda, formou-se Biomédica Esteta, e dos procedimentos aplicados por ela estão; bioestimulador de colágeno, botox, peeling, químico injetável, lipo enzimáticos, lipo de papada, terapia capilar com invasivos e harmonização facial.
Antes tinham problemas com isso, achavam que era inveja, agora se veem como inspiração para muitas pessoas, acredita que quando se copia é porque gostaram, ajuda até no crescimento.

Hoje entendem a carga que carregam, pois inspiram muitas mulheres, veem como dom de Deus para ajudarem outras mulheres, pois além de arrumar o visual, existe uma conversa, um apoio, Deus vai usando de forma surreal, sentem ser essa uma missão. Já pensaram em desistir, por causa das dificuldades, porém, após uma noite de sono se sentem renovadas, pensam que Deus permitiu tudo o que viveram para tratar elas e renovarem, Ele sempre age na vida delas.

A Jaqueline é casada com Orlando Júnior, há 10 anos, tem um filho, o Miguel, diz que ele foi enviado por Deus para sua vida. Ela continua sempre muito ligada aos pais, em tudo pensa primeiro nos pais, depois no esposo e no filho. Fala como o salão tem sido importante para eles todos.

Fora do salão o que mais gostam de fazer é cozinhar, amam muito. Gostam de viajar, mas ainda não conseguiram, porque querem levar os pais e irmãos também. Estão muito felizes, se completam, uma não existe sem a outra, tem um amor uma pela outra que chega a doer, são muito parceiras em tudo na vida, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal, são muito leiais e fieis uma a outra, o pai ensinou a lealdade.

Jaqueline deixa uma mensagem para os jovens entrando no mercado de trabalho é em primeiro lugar ter fé, para chegar em algum lugar, sem fé chega apenas no meio do caminho ou então desiste. Precisa ter muita determinação e foco. A Maria Eduarda reforça falando sobre a fé e a determinação que a pessoa é capaz de mudar qualquer realidade da família, independentemente de onde esteja, tem que querer, e o segredo é tratar as pessoas como seres humanos de bem, com empatia, enxergar as pessoas não somente como clientes, mas como um ser humano que merece ser bem cuidado e que o seu trabalho de realçar a beleza, vai elevar a autoestima da cliente na mesma proporção que enfatiza a sua realização pessoal e profissional.

Conheça: https://www.instagram.com/jmconceptinbeauty/

 

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Mônica Garcia

A revista Official Chic foi idealizada por sua proprietária, a Jornalista Mônica Garcia, para ser um veículo atemporal que dissemina a arte, a cultura, o empreendedorismo e com holofotes em empresas que se destacam em seus segmentos e nos profissionais que atuam de forma inovadora e diferenciada dentro das suas especialidades.
É também uma passarela artístico-cultural onde o poder da criação tem liberdade para apresentar todas as suas nuances.

As causas sociais e filantrópicas também são prioridade da idealizadora desta revista, sobretudo o autismo, que se tornou uma luta de causa e de vida!