Por Isadora Maruá

Entre a neblina suave das manhãs serranas e o aroma da lenha queimando no quintal, encontrei a Pousada da Neneza, Um daqueles refúgios que não estão nos guias turísticos badalados, mas moram no coração de quem entende que luxo também pode ser silêncio, simplicidade e afeto.
Localizada em Santa Cruz de Minas, a poucos minutos de Tiradentes, a pousada é um segredo bem guardado entre as montanhas. Neneza, a anfitriã, não é só uma proprietária, é a alma do lugar. É ela quem supervisiona o café da manhã servido ainda quentinho no fogão de lenha, onde o pão de queijo tem crosta de história e o bolo de fubá parece ter sido assado com lembrança de infância.
Hospedar-se aqui é como ser convidado para passar uns dias na casa de uma tia mineira que entende de acolhimento e tempero. Os chalés são simples, mas cuidadosamente pensados: roupa de cama que abraça, cheirinho de lavanda e uma vista que amanhece pintada a aquarela.
O ponto alto? O café da manhã, claro. Queijos artesanais, goiabada cascão, pão caseiro e biscoitos de polvilho estalando de frescor. Nada de buffet gelado ou frutas cortadas sem alma. Aqui, cada item tem nome, origem e história. E isso, meus caros, é o verdadeiro luxo gastronômico.
A pousada não tenta ser o que não é — e é justamente aí que está seu charme. Não há pretensão, há intenção. E essa intenção é servir com verdade, com carinho e com um toque da Minas que resiste ao tempo e às tendências passageiras.
Como gosto de dizer:
“Não existe comida boa sem alma — e a alma da Neneza está em cada detalhe dessa experiência.”