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Ralison Moura Ribeiro – Restaurante Pais e Filhos

Ralison Moura Ribeiro, dono do Restaurante Pais e Filhos, natural de Ituitaba, nasceu em 5 de abril de 1971. Seus pais são Joaquim Ribeiro e Maria Aparecida Moura, tem 9 irmãos. Após morte do pai, os irmãos se separaram e seguiram caminhos diferentes. Esposa é a Neuraci Ferreira é a cozinheira até hoje, os filhos, o Maicon, a Jéssica e a Raiane, tem 3 netos, o Davi Lucas, a Sofia e o Noa.

Se mudou para cidade de Luz quando tinha uns cinco anos de idade e viveu nesse lugar até os quinze anos. O pai faleceu quando ele tinha seis anos, ficou com a mãe até os sete anos, então saiu de casa e foi trabalhar nas roças apenas em troca da alimentação e moradia.

Nas fazendas ajudava a tirar leite das vacas, a guiar os bois. Passava um tempo em um lugar, depois partia para outro, nas redondezas de Luz.  Não lembra até que ano estudou, mas não frequentou muito tempo a escola. Somente recebeu o primeiro salário após quinze anos de idade.

Saiu de Luz aos dezesseis anos e foi morar em  Belo Horizonte, depois foi para Goiás, São Paulo, morou em várias cidades. Aprendeu a trabalhar em pizzaria, padaria, lanchonete, restaurante, ficou viajando dos dezesseis até os vinte e quatro anos, então voltou para Minas Gerais, para ficar perto da mãe e da família.

Conheceu a esposa em Santo Antônio do Monte, tiveram o primeiro filho, depois foram para Lagoa da Prata, a esposa é natural dessa cidade e tem família residindo por lá, foi onde nasceu as duas filhas. Com o tempo, retornaram para Santo Antônio do Monte.

Passou por um período muito difícil, as crianças estavam terminando a escola, ficou desempregado, teve depressão e até mesmo pensamentos suicidas, chegou a fazer um desafio com Deus para que as coisas melhorassem, pediu que ele pudesse guiar sua vida. Sempre teve em mente que não queria trabalhar de empregado a vida toda, queria ter algo dele, ser o dono.

No início fabricava pão a noite vendia na rua durante o dia, também vendeu leite, chegou a vender setenta litros de leite por dia, pegava de trinta e cindo centavos e vendia por cinquenta centavos. A esposa fazia sanduiche a noite e ele saia para vender. As pessoas elogiavam a esposa dele dizendo que ela cozinhava bem, então começaram a fazer marmita, começaram com o pedido de quatro marmitas.

No primeiro dia que estavam fazendo as marmitas, ele estava na cozinha ajudando-a, as crianças na escola. Ele ligou a televisão para ouvir música sertaneja, porém começou a passar um programa de oração, e ele gostou muito, desde então todo dia colocava no mesmo programa, acredita que Deus falou com ele e o abençoou. Um caminhoneiro e alguns chapas, fizeram pedidos de marmitas e ele passou a servir dez por dia.

Teve a ideia de vender as marmitas no Instituto, quando foi pedir autorização ao dr. Wilmar Filho, pediu para falar com ele no intuito de agradecer por ele já ter ajudado muito em sua vida, a recepcionista autorizou a sua visita, Ralison aproveitou para fazer o seu pedido, o dr. Wilmar disse sim, ele estava autorizado a oferecer almoço na entrada das dependências daquele instituto.

Começou a vender as marmitas naquele lugar. Onde ofereceu o almoço por quatro vezes, quando foi oferecer na quinta vez fizeram o pedido de cinco marmitas, no dia seguinte que foi entregar as marmitas pediram mais cinco, com tempo das dez marmitas passou vender setenta, trabalhou na porta do Instituto por sete meses.
Mas não podia entrar dentro do Instituto, tinham que ir pegar no portão, nem mesmo a marmita podia entrar, então quando o motoqueiro chegou para entregar já havia polícia esperando, e terminaram por apreender a moto, pois era muito antiga, o documento estava atrasado.

Foi preciso pagar três mil reais para retirar a moto. Ficaram sem nenhum dinheiro em caixa, a cada marmita que vendia necessitava sair em seguida para comprar mais carne para fazer outras marmitas, mas ele prosseguiu, mesmo com todas as dificuldades. A família toda trabalhava unida, os filhos sempre ajudaram muito.

A concorrência tentava tirá-lo de lá a todo momento, com reclamações. Quando mudaram parte da diretoria eles conseguiram com que ele fosse proibido de vender as marmitas por lá. Pensou então que fosse vontade de Deus, pois diz o ditado que quando uma porta se fecha Deus abre uma janela.

Se preocupou muito com o orçamento, pois cairia drasticamente nas vendas, teve a ideia de fazer o mesmo trabalho no centro, num local de frente para loja Magazine Luiza, ao lado do bar do Juarez, e conseguiu. Os funcionários do Banco do Brasil fizeram pedidos, o gerente do banco gostou muito do trabalho deles.

Com o tempo as pessoas foram descobrindo o seu empreendimento. Deus ajudou e tudo foi melhorando. Como eles estavam trabalhando na antiga casa, onde já moraram, colocaram o nome de “Cantina lá de casa”, aos poucos foi necessário abrir mais espaço para atender a clientela, colocar mais mesas nos quartos, na garagem, todo ano iam aumento espaço dentro de casa para ampliar o restaurante. A concorrência continuou fazendo denúncias, de tanto os fiscais os visitarem, ficaram amigos e começaram a almoçar por lá mesmo, depois levaram mais amigos da prefeitura e ele se sentiu até importante por ter clientes da prefeitura. Nessa época já se sentia orgulhoso, de ter saído de desempregado para tentar o seu negócio que começou com quatro marmitas que logo depois passou para  dez marmitas, em seguida para setenta, trabalhava sempre com satisfação e prazer.

O dono da casa onde a família dele morava tinha um lote, certo dia o chamou para capinar nesse terreno, pois falou que um amigo fiscal havia notificado ele por causa do capim alto no terreno.

Com isso aproveitou a oportunidade e fez a proposta de construir o restaurante nesse terreno, e foi autorizado. O dono do terreno, senhor Bené, afirmou que tinha confiança nele, pois sua família já morava em uma casa sua há mais de dois anos, e assim foi feito, passou um ano e meio construindo. No início disseram que ele poderia  gastar sessenta mil reais, porém ele não tinha nenhum dinheiro, foi chamado de louco, que deveria ter dinheiro guardado, porém foi comprando e fazendo tudo aos poucos.

Na pandemia se mudaram para o espaço novo, já tinham dez jogos de mesa, quando no começaram com as marmitas, nem mesa tinham.  Abriu o restaurante há uns quatro anos. O empreendimento deslanchou!

No princípio tinha resolvido ficar com os dois lugares funcionando ao mesmo tempo, a família se dividiu para conseguir dar conta de tudo, mas, com o tempo sentiu a necessidade de reunir a família em torno do “Restaurante pais e filhos”, por estar ficando melhor estruturado e para ter tempo de qualidade com a família.

Lembra que o primeiro carro foi vendido pelo dono do terreno que lhe ofereceu, contando que seus filhos não queriam mais que ele dirigisse, por causa da idade, o aconselhando a se aposentar do volante, seu Bené acatou a sugestão dos filhos e lhe repassou por um preço bem abaixo mercado.

Tempos depois, ele assistiu a um filme que falava muito da passagem bíblica de João 10,10, que diz “O ladrão não vem senão a roubar, matar, e a destruir; Eu (Jesus) vim para que tenham vida, e a tenham com abundância”, lembrou dessa passagem e viu que a placa do carro era 1010, acreditou que era um sinal de Deus.

Eles não tinham dinheiro, ainda estavam ampliando as construções do restaurante, mas resolveram ficar, venderam a moto que tinham e outro carro que estava com motor pifado e conseguiram dar entrada, o restante foram pagando a prestação. O carro estava em ótimo estado, não dava defeito, ajudou bastante, foi um negócio muito bom.

Com o novo restaurante aumentou mais de dez vezes no faturamento, sempre buscou fazer do jeito que Deus queria. Reza todas as manhas pedindo a Deus orientação, procura trabalhar sem arrogância, mesmo quando era humilhado, as vezes era xingado, depois a pessoa voltava para pedir desculpa, porque ele agia com humildade.


Com o intuito de agradecer e honrar a Deus, resolveu fazer uns cartões com mensagens bíblicas, por ter realizado o sonho.

Conta a história de um menino de dezesseis anos, autista, que tinha o sonho de trabalhar em um supermercado. O dono de um supermercado que estava falindo o contratou, e lhe deram a função de empacotar as compras junto aos caixas.

No primeiro dia o rapaz chegou em casa muito alegre por ter conseguido o emprego e perguntou a mãe o que poderia fazer para agradecer a Deus. Sua mãe então fez mensagens da bíblia e colocou no bolso dele para que distribuísse para as pessoas. Com três dias que ele estava trabalhando outros funcionários foram reclamar com o patrão que ele estava tumultuando as filas, pois começou a crescer a fila no caixa em que ele ficava embalando.

O patrão mandou chamar o rapaz e quis saber o que ele estava fazendo quando tirava um papel do bolso e entregava as pessoas. O rapaz com medo de perder o emprego pediu que não fosse demitido, pois acreditava que Deus havia dado para ele aquele emprego, com o desejo de agradecer e honrar o nome de Deus havia pedido sua mãe que o ajudasse e aquela foi a maneira que encontrou.

O seu chefe então disse que gostou do jeito dele trabalhar, chamou os outros funcionários e avisou que teriam mudanças no trabalho, que as pessoas estavam indo por causa do rapaz, e falou que ele não tinha formação, era o primeiro emprego e já conseguia tal feito, então disse que todos os outros colegas deveriam fazer o mesmo, dessa forma o supermercado cresceu muito.

A mensagem que deixa para os jovens iniciando no mercado de trabalho é que sejam agradecidos e honrem o nome de Deus por tudo que ele faz. Ele agiu dessa maneira, também fez isso no restaurante e tem conseguido vencer cada vez mais.

 

 

 

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Mônica Garcia

Mônica Garcia

A revista Official Chic foi idealizada por sua proprietária, a Jornalista Mônica Garcia, para ser um veículo atemporal que dissemina a arte, a cultura, o empreendedorismo e com holofotes em empresas que se destacam em seus segmentos e nos profissionais que atuam de forma inovadora e diferenciada dentro das suas especialidades.
É também uma passarela artístico-cultural onde o poder da criação tem liberdade para apresentar todas as suas nuances.

As causas sociais e filantrópicas também são prioridade da idealizadora desta revista, sobretudo o autismo, que se tornou uma luta de causa e de vida!