Uma das primeiras profissões da humanidade, a pesca, vem se tornando cada vez mais o hobby de milhares de pessoas ao redor do mundo.
A pesca é uma das atividades mais antigas a garantir o sustento do homem. Alguns a tem por profissão, outros como lazer e outros como prática esportiva. Entretanto, seja qual for a finalidade empregada em uma boa e velha pescaria, suas propriedades terapêuticas são velhas conhecidas dos adeptos dessa prática. Pescar é um ótimo remédio para a ansiedade, mal tão em voga nesses tempos pós-modernos. Seja para exercitar a paciência, conhecer pessoas com um interesse em comum, fazer amigos, exercitar os reflexos, ou simplesmente pelo prazer ancestral de tirar da natureza o seu próprio alimento.
A pesca esportiva passou a ser tratada oficialmente como um segmento turístico desde 1998. Com um grande número de rios, oito mil quilômetros de costa marítima, aliados ao grande número de espécies de peixes e áreas preservadas, o Brasil é um lugar perfeito para a prática da pesca esportiva e atrai pescadores de todo o mundo. Além de ser prazerosa, a pesca também colabora para que os destinos turísticos conservem os recursos naturais e desenvolvam sua economia local por conta do grande número de turistas.
A pesca recreativa está entre as atividades de integração social e lazer mais difundidas no mundo, sendo uma prática que promove a união familiar ou de grupos de amigos. Muitas vezes é a principal motivação para uma viagem de turismo.
A pesca esportiva, além de ser um salutar prazer ou hobby, é importante como fator de “fuga dos problemas da cidade e do estresse”, tendo este esporte crescido muito nas últimas décadas, basta ver os inúmeros programas turísticos de pesca, os “pesque e pague”, os programas de televisão, as feiras de pesca e as publicações de revistas especializadas.
Conceito de pesca -amadora/esportiva
O turismo de pesca tem como seu principal produto a pesca amadora, e dentro dela um destaque especial para a Pesca Esportiva. A pesca amadora é aquela praticada por brasileiros ou estrangeiros com a finalidade de lazer e cujo produto não se destina à comercialização.
A Pesca Esportiva está contida dentro dos conceitos da pesca amadora, porém sua prática não implica neces-sariamente no abate do pescado. O principal objetivo é a prática do esporte, num convívio sadio com a natureza conservada onde o pesque-e-solte é prioridade; e dos peixes, ficam guardadas somente as imagens.
O objetivo da pesca esportiva é fisgar o peixe, não para consumo ou comércio, mas pelo prazer de pescar. Por isso os peixes são devolvidos vivos a natureza. Geralmente os pes-cadores pesam, medem e fotografam o peixe antes de devolvê-lo a água. “Catch and release” (captura e devolução) é uma modalidade onde o pescador não fica com o peixe. O que interessa é o combate entre o pescador e o peixe até a sua captura para posterior devolução à água.
A devolução do peixe à água tem o objetivo deixar o peixe crescer ainda mais, e desovar mais vezes, aumentando a população. Em água doce é maior a chance de sobrevivência do peixe solto do que na água salgada.
O pescador esportivo é aquele que tem a consciência que o peixe vivo vale muito mais que um peixe morto. Quando fisga um peixe grande, briga com ele até que não se sabe quem está mais cansado, o peixe ou pescador. Traz uma satisfação muito grande, a realização de missão cumprida de seu objetivo de pesca, depois de filmar e fotografar o seu troféu, a maior satisfação é a soltura do peixe, dando assim o direito à vida e chance que outro pescador tenha a mesma sorte e satisfação que ele teve.
Para tanto devem ser estabelecidos parâmetros de quantidades e tamanhos mínimos, em relação às espécies alvo que se mostrem po-tencialmente atraente à prática da atividade.
O pescador esportivo “curte o seu hobby” em si, isto é, tem o seu prazer no ato de pescar, ficando para segundo plano o consumo. A modalidade do “catch and release” vem cres-cendo muito principalmente nos Estados Unidos e no Brasil, levando a vantagem de que é atendida a vontade do pescador ao mesmo tempo em que o prejuízo à ictiofauna (conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região biogeográfica), é mínimo, pois o peixe é logo devolvido à água, na maioria das vezes pouco ferido, havendo pouco custo ecológico.
Defender a ideia de que o pescador esportivo deve liberar todos peixes capturados e não consumir o produto de sua pesca, seria radicalismo. A filosofia é de que o consumo do peixe seja fruto do abate de quantidade ne-cessária e suficiente para o uso imediato, sem exageros e desperdícios.
Uma das modalidades mais populares da pesca des-portiva é a praticada utilizando-se apenas vara de pesca, linha de pesca e anzol.
A pesca esportiva é pra-ticada no mar, rios e lagos utilizando-se iscas naturais ou iscas artificiais, molinetes ou carretilhas.
São necessários inúmeros cuidados para que o peixe não seja muito ferido pelo anzol, ou mesmo na manipulação antes de sua soltura. Sem esses cuidados, normalmente o peixe morre.
Para isso existe uma série de equipamentos e acessórios diferenciados para esse tipo de pesca. Anzóis, iscas, entre outros, são idealizados com o intuito de não ferir o peixe. Além disso, o pescador pode utilizar algumas técnicas para preservar o peixe, como:
– Manusear o peixe dentro da água o maior
tempo possível.
– Fora da água, ao manusear o peixe, manter
as mãos molhadas (a mão seca retira o muco
que protege o peixe).
– Usar somente anzóis sem farpa ou com a
farpa amassada.
– Ao pescar em profundidades maiores do
que 30 pés, puxar o peixe devagar, para que
haja tempo para a descompressão
(adequação do peixe quanto à pressão da
água).
– Utilizar a linha com um comprimento um
pouco maior do que a recomendada, para
que a luta dure menos tempo, cansando
menos o peixe.
– Retirar o anzol com alicate de bico, quando
não estiver muito profundo.
– Cortar a linha e deixar o anzol dentro do
peixe, quando o anzol estiver muito
profundo.
– Rapidez e delicadeza ao tirá-lo da água para
pesar, medir e fotografar.
A pesca esportiva pode se tornar enorme fonte de renda para o Estado por meio de impostos. Por sua vez, o
turismo ligado à pesca esportiva é outro fator importante, pois esta forma de lazer necessita de infraestrutura hoteleira, o que se traduz em empregos e outras atividades comerciais e industriais paralelas de apoio ou dependentes.
Além desses cuidados, sabe-se que os peixes fisgados com iscas artificiais, ou moscas, têm maior chance se sobrevivência do que os fisgados com iscas naturais.
Nos casos em que o anzol tenha ferido, o olho, a guelra ou a metade inferior do corpo do peixe, é indicado o sacrifício do animal, pois as chances de que ele sobreviva são muito pequenas.
No Brasil, o peixe mais cobiçado pelos pescadores em água doce é o Tucunaré e os mais cobiçados em água salgada são os Marlim Azul e o Branco.
No Chile e na Argentina a pesca esportiva também é muito desenvolvida, principalmente na região dos lagos andinos, que atrai milhares de pescadores anualmente, os quais levam muitas divisas à rede hoteleira, aos guias de pesca, ao comércio local e a inúmeras outras atividades agregadas, como inclusive a piscicultura voltada ao povoamento ou repovoamento de rios e lagos. Também no Canadá este segmento está em franco desenvolvimento.
Portanto, a pesca esportiva deve ser aproveitada também como uma das atividades de suporte ao desenvolvimento sustentável, pois está diretamente ligada à necessidade de pre-servação dos rios, lagos, açudes, represas e das espécies de peixes, inclusive para a sua própria continuidade. Por estes motivos deve-se dar atenção e se de-senvolver esta importantíssima fonte de prazer e de renda, aperfeiçoando-a principalmente na modalidade “pesque e solte”.
A pesca esportiva é uma evolução ecologicamente correta da pesca amadora. Entre as várias opções de pesca, a que mais vem se popularizando é o “pesque-pague”, uma atividade barata, bastante difundida e próxima às
grandes cidades.
Muitas vezes, esta ati-vidade é regulamentada segundo o tipo das artes de pesca permitidas e, por vezes, as espécies ou quantidades que se podem capturar. É uma atividade pouco diversificada, utilizando principalmente a linha e anzol, mas inclui também a caça submarina. Outra modalidade da pesca recreativa é a realização de concursos, onde vários pescadores competem pela quantidade de peixes capturados num certo período de tempo, ou pelo maior exemplar.