HONRA AO MÉRITOMelhores Profissionais

Dra. Hélida Gama

Dra. Hélida Gama, é contadora e advogada. Natural de Lagoa da Prata. Filha de Sebastião Mendes Gama e Eliane Mendes Braga. Tem três irmãos, o Welington, a Elaine e o Andréia.

Sua infância foi muito boa, na época não tinham quase nada, mas seu pai supria as necessidades da casa. Brincava muito na casa do avô, tem uma família grande. Seu avô, conhecido como Tio Leilão, montou uma creche junto com Zulma Miranda, e deram o nome da Elvira, a tia do seu avô.

Ela lembra quando foram montar a creche, os filhos e os netos foram ajudar a lavar e arrumar. Receberam doações de camas e colchões. Algumas pessoas falam da hora da saída das crianças, pois elas faziam fila para ele pegá-las e jogá-las para cima, uma brincadeira bem comum de se fazer com crianças e que elas adoram.

Ficou emocionada ao lembrar e falar sobre seu avô, sente muita falta dele, era muito carinhoso. Conta que costumava arrumar os cabelos da avó, mas se sentia mais próxima ao avô. Ele ganhou uma medalha Ilídio na câmera, por ter prestado serviços a sociedade, prêmio no qual ela, mais tarde, ganhou também.

Na adolescência se sentia muito infantil. Fez datilografia aos 13 anos, conseguia estudar e se divertir. Sempre frequentava a praça de esportes, as vezes ficava quase o dia todo na piscina, e no final do dia ia para a aula de datilografia, com a dona Maria.

Diz ter brincado bastante, por vezes jogava o dia inteiro de peteca ou de vôlei. Chegou a fazer uma hortinha na pré-adolescência, plantava, cuidava e depois vendia as frutas e verduras, ganhava um dinheirinho. Era algo que fazia para ela mesmo, ficava com o dinheiro e comprava tecido para fazer roupa, naquela época era algo muito comum.

Sobre sua formação, primeiro cursou Ciências Contábeis, pensava ser o curso mais promissor da região. Antigamente quem saia para estudar em Belo Horizonte, era quem tinha muita condição financeira. Havia a faculdade de Luz, que ofertava o curso de Ciências Contábeis, seu pai estudou lá quando ainda era a Católico.

Sua mãe queria que estudasse em Luz por ser nos finais de semana e ser perto de casa, via que os pais não queriam deixar os filhos saírem de casa. Entretanto, ela sempre foi decidida e falava para sua mãe que estando perto ou longe agiria da mesma forma, pois isso é do comportamento da pessoa.

Com isso resolveu fazer o vestibular de Divinópolis, e apesar de não se considerar muito estudiosa, sentia ser muito inteligente e ter o raciocínio rápido, escrevia bem e tirava notas altas. Da turma que foi com ela para fazer o vestibular, somente ela passou, e quase não acreditou, pois pensava que não havia feito uma boa prova, por não ter estudado como deveria.

O cursinho, acontecia duas vezes por semana, uma turma se juntava e se deslocavam de ônibus, ocasionalmente conseguiam um carro para ir, até que um deles, o Lindomar comprou um fusca e o lotava com cinco pessoas dentro.

Após a formatura na área contábil, ela decidiu cursar Direito, acredita que toda profissão precisa saber dos direitos, assim como as pessoas precisam conhecer os seus direitos. Pensou ainda que para exercer a contabilidade tinha que abrir um escritório, e capitar cliente seria mais dificultoso, seria mais fácil trabalhar em uma empresa.

Quanto a ser advogada julgava ser mais independente, as pessoas precisarem mais de advogado, por ser algo que faz parte da vida. Foi uma forma também de não deixar que alguém abusasse dos direitos dela ou de seus familiares, aconselha a sempre buscarem seus direitos.

Primeiro abriu o escritório de contabilidade e recebia muitos casos de aposentadoria, fez muitos processos administrativos para aposentadoria. Lembra que o primeiro caso fez por curiosidade, quando trabalhava no Sindicato dos Produtores Rurais, uma pessoa buscou informação sobre a pensão do marido, pois havia contratado um advogado e não tinha conseguido.

Ela estudou a respeito, fez o pedido com os requisitos necessários e conseguiu a resposta positiva em 20 dias, lhe deixando muito empolgada. Quando foi na Federação de Agricultura em Belo Horizonte, pelo sindicato dos produtores rurais, o Dr. Laerte deixou que ela resolvesse como advogada, mesmo não sendo ainda advogada, ficou à frente do dissidio coletivo, ele a incentivou e falava que era muito boa com processos.

Ela já fazia petições, mesmo muito antes de terminar a faculdade, desde o quinto período, quando não tinha ainda OAB, era o Dr. Sandro, de Dores de Indaiá, que assinava e distribuía seus processos, em 2005. Depois fazia os processos em Lagoa da Prata com a Dra. Clara, que também assinava e os distribuía. Nenhum desses dois advogados pegavam processos previdenciários.

Se formou em direito no ano 2008, quando tentou a primeira vez a OAB passou apenas na primeira etapa. Fala que direito do trabalho é muito minucioso, as vezes se sabe a resposta, mas não consegue fundamentar de acordo com o que eles pensam, então acerta a questão, mas não pontua.

Pensou então em fazer o direito tributário, que geralmente as pessoas tem medo, mas por ela ser contadora entendia mais do assunto, fez a segunda tentativa da prova da OAB em 2013, conseguindo a carteira da ordem.

Adora fazer as aposentarias administrativamente, se apaixonou pela área, entretanto também faz a parte trabalhista, previdenciária, tributária, cívil e a empresarial. A única área que não faz é a criminal. Conta que já foi perita da Justiça do Trabalho e do Fórum, na época da juíza Maria de Fatima Dolabela.

Fez muitas pericias como contadora, processos bancários e previdenciários. Também foi perita assistencial do Dr Baltazar, fez muito cálculo pericial de indenização por morte para o dr. Wantuil, dessa forma ganhou expertise em várias áreas, pelas perícias.

Descreve que teve vários processos desafiadores, uma vez que gosta de desafio, assim quando chega para ela algo que a pessoa acha que não vai conseguir ganhar tal processo, ela faz questão de tentar, sendo que conseguiu ganhar vários desses processos. Mesmo que pela legislação não seja viável, ela consegue pela constituição.

Ganhou processo que trouxe segurança financeira para pessoa com câncer; pensão que ninguém conseguiria, principalmente na questão previdenciária; processos que a pessoa já havia perdido e conseguiu reaver. É minuciosa, consegue ver os detalhes. Acontece ainda que uma área acaba ajudando outra, da trabalhista ajuda civil, ou tributária ajuda na previdenciária, e assim sucessivamente.

No início o Dr. Marcone trabalhou com ela para aprender, antes de fazer a prova da OAB. Já a dra. Jardiele veio da paraíba, também começou a trabalhar com ela e fazem os processos trabalhistas juntas.

Hoje o escritório Gama Silva Mendes está indo muito bem, tem dois sócios, jovens advogados, o Dr. Igor Mendes e o Dr. Maike. As vezes tem parcerias com outros advogados, na área trabalhista, pois não tem muito tempo, a procura pela área previdenciária é muito grande. A sua equipe é composta pelo Vinicius, o Tainá, o Michel, a Elaine, a Amanda, a Renata, a Clenice, e mais alguns que prestam serviços.

Tem o desejo de inaugurar uma nova sede ainda esse ano, está difícil por conta da mão de obra, mas está com um projeto muito bonito, bem montado e bem equipado de Vinicius Araújo Almeida.

Sobre seus hobbies fala que ama viajar, sendo a melhor viagem que fez foi para Portugal, em 2005 e 2006, foi incrível, faz planos de voltar em breve. Outro local maravilhoso foi o Chile. Já no Brasil, viajou ano passado para João Pessoa, a estrutura é perfeita, muito bem planejada, com uma orla maravilhosa, com muita segurança, pode andar tranquilamente com os pertences. Gostou tanto que tem planos de comprar apartamento por lá. Conta ainda que também ama a culinária e cozinha bem.

Fala sobre um sonho de montar uma ONG de acolhimento de animais, já está até planejado, se juntou a uns colegas e começaram a estudar sobre isso, pois para montar e estruturar uma ONG depende muito de ter uma documentação bem organizada, exige muita responsabilidade. Se faz necessário ainda ter uma contabilidade para receber a verba e contabilizar tudo e precisa do advogado para assinar o estatuto.

Algumas pessoas reclamam que a prefeitura não ajuda, mas é preciso uma conscientização, fazer um senso para cadastrar nas residências os animais que tem, se são castrados ou não, para terem a responsabilidade sobre as crias que derem, não podem colocar a culpa somente na prefeitura, o primeiro passo é conseguir a castração dos que estão dentro de casa para não procriarem e ficarem nas ruas.

As pessoas precisam se conscientizar que são responsabilidades delas seus animais, ou até aqueles que são maltratados e passam fome, as pessoas veem, postam para chamar atenção dos protetores de animais, mas elas mesmas poderiam ir ajudar aquele animal.

Pensou em fazer o senso nas casas, no projeto de conscientização como solução, junto com a prefeitura, vão tentar receber a verba de imediato, sabendo que se os animais adoecem causa risco a saúde da população. Ela mesma tem um canil grande com 18 cachorros, muito bem cuidados, vacinados, com suas casas de alvenaria, e cada um atende pelo seu nome.

A mensagem que deixa aos jovens entrando no mercado de trabalho é que a pessoa tem que se profissionalizar, não somente por fazer faculdade, para quem pode é melhor, mas pode ter cursos, existe online e gratuitos, cursos técnicos que a prefeitura oferece.

Se a pessoa estudar e colocar em prática, consegue aprender, buscar o máximo que puder aprender. Tudo que fizer de estudo e de aprendizado não vai se perder, pode fazer em mais de uma área, as vezes uma área está em crise e a outra pode servir para dar certo. Lembra que na pandemia se saiu muito bem profissionalmente, não podia abrir o escritório, era home office, mas foi a época que mais pegou processos jurídicos.

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