HONRA AO MÉRITOMelhores Profissionais

Dra. Mariana Melo Campos Ribeiro

As memórias de infância com os avós e com uma tia avó, irmã da avó materna sempre foram muito presentes, estas vivências foram as melhores possíveis… A paixão pela profissão nasceu como fruto da boa relação com pessoas idosas.

E ela vem de uma família numerosa, tanto do lado da mãe, dona Marisa, quanto do lado do seu pai, seu Ari, que sempre prezou por encontros familiares tradicionalmente mineiros.  Ao todo, Mariana, contava quatorze tios, mais as namoradas e amigos, e amigos dos amigos, a casa vivia sempre cheia de vida. Casos e contos, eram marcantes nestes encontros regados de alegria e celebrado com as deliciosas quitandas quentinhas vindas da padaria do seu bisavô materno, Alexandre Cabral. Empreendimento que se tornou tradicional na família.

Quando ainda era menina, em conversa com os familiares, dra. Mariana Melo Campos Ribeiro, já dizia querer ser médica. Como as referências da medicina nesta idade é o seu próprio médico, ela afirmava que seria pediatra. Conduziu seus estudos para a realização do seu desejo de realização pessoal e profissional.

Hoje ela ainda é a primeira médica da família. O irmão Alexandre, fruto da união dos seus pais, é engenheiro civil.

No segundo casamento o seu pai lhe deu mais dois irmãos, Heitor que está cursando faculdade de engenharia mecânica e Helena, que vai prestar vestibular para medicina seguindo o caminho da irmã.

Mariana Melo Campos Ribeiro, estudou em Santo Antônio do Monte, até o segundo ano do ensino médio, na Escola Estadual Dr. Álvaro Brandão. A escola naquela época estava passando por problemas internos de afastamento de professores, o que dificultava continuar o curso com excelência. Sendo assim, ela percebia que para tentar o vestibular, ela precisaria de um ensino mais estável e reforçado.

Decidiu reunir mais quatro amigas, todas da mesma turma, Flávia Dias, Flávia Oliveira, Ana Flávia Resende e Gabriela Oliveira, e conversaram com os pais para que pudessem estudar em Divinópolis. Cinco adolescentes, sozinhas, tendo que se virarem com a rotina para cuidarem de si próprias e dos estudos. Segundo ela, não foi fácil. Foi preciso muito foco, disciplina e muitas horas dedicadas ao estudo.

Concluíram o terceiro ano, na Escola Estadual Dona Antônia Valadares, que já era uma escola de referência em qualidade de ensino. E no Pitágoras, elas fizeram um cursinho preparatório para o vestibular. E começaram a fazer o Enem, para treinamento. No ano 2010 ela tentou vestibular, não passou e continuou tentando… sem perder o foco.

O Enem tem dois períodos de resposta. O início do ano e o meio do ano. E neste período de resposta, não dava para ficar esperando. Ela precisava continuar com os estudos e continuou… Foi quando a convite dos seus pais ela foi para Belo Horizonte, não que BH fosse melhor. Ela foi para tentar abordagens de ensino diferenciadas visando estimular o aprendizado.

Lá em BH, Mariana, aproveitou o tempo em família, morando com a sua madrinha, Nininha, irmã do seu pai. Ela já estava estudando na rede SOMA, quando saiu a primeira chamada do mês de janeiro de 2011 anunciando que ela não tinha passado. Os sonhos, todos eles, só são possíveis a partir do desejo, acompanhado da disciplina e do empenho assíduo e pontual do sonhador. Os horizontes se abriram para uma nova realidade, uma possibilidade de aprendizado rumo as suas realizações. Agora, em uma cidade maior que ampliava ainda mais o seu desejo de conquista.

Mariana foi para a UNIGRAN RIO, que é a Universidade Grande Rio, na cidade maravilhosa. Sem conhecer a cidade, e sem ter amigos ali, ela contou com a atenciosa presença do seu pai, até que conseguissem encontrar um lugar seguro numa moradia adequada. Receberam várias indicações e analisaram todas, até conheceram a dona Erotildes, uma senhora muito zelosa que alugava quartos para moças. Ali ela ficou durante o primeiro período da faculdade.

Dona Erotildes, foi uma avó que a vida lhe emprestou por um tempo… À Mariana era dispensado todo o cuidado, atenção e zelo.

A faculdade era na Barra da Tijuca e elas moravam no Recreio. Era preciso se deslocar de ônibus, embora a distância não fosse longa aquela zelosa senhora sempre pedia atenção redobrada, todos os dias, rotineiramente…

Na faculdade ela conheceu Tamires, da cidade de Teofilo Otoni, e elas decidiram morarem juntas. Não que a casa de dona Erotildes não fosse confortável, mas, por se tratar de um quarto, ela não tinha como receber a família. Neste seu novo lar ela morou até o final da faculdade, coroado com a sua colação de grau em junho de 2018.

Durante a faculdade em si, ela teve experiências de cursos dentro da própria medicina, das quais ela nunca tinha ouvido falar. E ficou decidido que a pediatria não seria o seu propósito. Em contrapartida, ela vivenciou a iniciação em geriatria. Os próprios colegas comentavam sobre a atenção dela com os idosos. Porque esta parcela da sociedade requer uma atenção maior, explicações mais detalhadas e paciência para explicar a mesma problemática quantas vezes forem necessárias.
É um atendimento mais humanizado. Ela gostou.
E disse aos colegas, “isso aqui está mexendo comigo!” Eu estou gostando…

As professoras, Flávia e Janaína, eram geriatra, e na época do TCC foram elas que as orientaram. Foi uma troca muito boa, pois ela tinha certeza de que não queria nenhuma especialidade cirúrgica. Como a medicina tem várias vertentes, ela analisou todas as possibilidades. Quando ela saiu de Santo Antônio do Monte, ela dizia que não queria mais voltar a morar na sua cidade natal. Porque na época, aquela sua geração estava muito frustada com a cidade. Que não investia em educação, os estímulos artísticos e culturais também era algo que não existia. Contudo, morando longe de casa há mais de seis anos, Mariana começou a valorizar ainda mais o desejo de estar em família. Ouve períodos em que ela chegou a ficar até três meses sem visitar a família em Santo Antônio do Monte, e estes períodos longos longe de casa, terminam por afastar de pessoas queridas…

Quando ela saiu para estudar os seus irmãos caçulas eram crianças, depois que ela se formou eles já eram dois adolescentes. Então ela percebeu que perdeu muito a convivência com todos neste período. As datas festivas como aniversário… dia das mães… dia dos pais…

E vão todos envelhecendo. E ao longo do tempo, ela foi vendo que o que realmente importava além do seu trabalho, era ter por perto a presença da família. Poder ter este aconchego e curtir mais os seus.

Inclusive foi durante o seu curso no Rio que ela perdeu o seu avô paterno. Nesta ocasião, ficou decidida que a sua volta à cidade natal aconteceria logo que ela se formasse. Ao retornar, vivenciou a acolhida por parte de todos os seus conterrâneos, que valorizam muito as pessoas, que como ela, se formam e retornam para somar em sociedade com o seu trabalho.

Foi convidada para trabalhar na atenção primária (UBS) e serviços de transferências de pacientes da UPA e Santa Casa. O que lhe rendeu uma experiência muito rica, que segundo ela, poderia ser avaliada como uma segunda faculdade. No SUS, ela pôde atender uma parcela da população que em grande parte é carente, um posto considerado difícil, mas, que ela conseguiu se sair bem e resolver muitos problemas de saúde de inúmeros pacientes. Lá ela ficou por nove meses. Vencido este prazo, ela foi para outra região, porque a atenção primária é dividida por micro áreas e em cada ponto da cidade ela viu características muito diferentes. A segunda unidade que a doutora Mariana Melo foi trabalhar, “Posto de saúde do bairro São Lucas” é posto que tem uma população mais idosa, por ser um bairro mais antigo. E a paixão pelo cuidado com os idosos ia crescendo a cada novo atendimento, o que indicava que a sua verdadeira vocação estava mesmo na geriatria.

Era chegado então o período de decidir sua especialização quando a sua avó materna foi diagnosticada com Alzheimer. Ela já era muito presente com os cuidados da avó, juntamente com outros especialistas.
Ao longo do tempo percebeu que a sua avó foi ficando mais debilitada. Então, a Mariana, foi valorizando cada vez mais qualquer tipo de momento que tinha ao lado dela e, percebendo que a família já ia envelhecendo ela foi sentindo que ao longo do tempo eles iriam requerer bem mais cuidado da parte dela. Foi então que ela decidiu que não entraria numa prova de residência e que faria então um curso de especialização.
Porque quando se faz a residência, o profissional entra com uma carga horária de 60horas semanais, e no caso dela, ela teria que mudar de cidade. Primeiro faria clínica médica e posteriormente geriatria em outro local. O mais próximo seria Divinópolis, e a sim ela teria que voltar para a rotina de ficar muito tempo sem conseguir estar perto da avó materna e da tia avó, dona Laninha, que também já necessitava de uma atenção especial.

Então doutora Mariana, foi buscando formas para se especializar sem ter que ficar tão longe, foi quando ela decidiu a pós-graduação na faculdade de ciências médicas de Minas Gerais, que é uma instituição de ensino superior muito renomada em Belo Horizonte, e desta forma ela conseguiria continuar morando em Samonte.

Mariana Melo Campos Ribeiro, acredita também que “quem faz o bom profissional é ele mesmo. A escola pode ser a melhor, se a pessoa não for dedicada, de nada adianta.” Em novembro deste ano de 2022 ela termina a sua pós-graduação em geriatria. Depois vem a prova de título. Antes desta prova o termo certo a ser usado é “Especializada em Geriatria”. Depois do título ela já poderá adotar o Título de Geriatra.

Esta prova de título, é feita anualmente durante os congressos de geriatria. É muito importante. Mas, não a impede de trabalhar na área. Como clínica geral, teve experiências, em puericultura, pré-natal, população idosa, publico jovem… durante os períodos de trabalho nos postos de saúde. Ao todo foram três anos e meio, trabalhando na atenção primária em Santo Antônio do Monte, onde ela criou um vínculo muito grande, porque as vezes, não é o trabalho em si que faz a diferença de forma isolada, mas, a atenção e o carinho com que o profissional se dispõe, saber ouvir é muito importante e saber orientar também.

A relação que ela tinha com a equipe de trabalho também era muito boa. E considera a saúde pública em Samonte muito qualificada, população de forma geral sempre busca uma melhor qualidade de vida.

O Robbie da doutora Mariana, sempre foi a dança. Ela praticava balé quando criança. Sobre um lugar para conhecer, ela disse que ainda quer ter o prazer de visitar a Polônia, porque os seus ancestrais são de origem Polonesa e isso desperta nela imenso desejo e curiosidade de conhecer o país. Nas horas vagas ela gosta de estudar, de ler, de visitar a família, cuidar da casa e dos seus animais de estimação sempre ao lado do seu namorado, Paulo Henrique.

E a Mensagem que ela deixa aos leitores é a seguinte:
“Nada é fácil. Quando se fala em fácil e difícil, depende muito do parâmetro. Para cada pessoa é de um jeito. Muitas podem achar que o meu caminho foi fácil… Outras vão achar que foi difícil… Porque as coisas que te desafia faz você crescer. Os desafios, fazem crescer. E cada pessoa deve identificar o caminho que for melhor pra ele. Entender a sua vocação, que eu acredito que tudo fica mais fácil, quando a escolha é por paixão.”

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Afinal, se você cuida de um idoso, ou espera chegar lá!
A conversa é com ela,  doutora Mariana Melo Campos Ribeiro.
https://www.instagram.com/dramariana.melo/

Acesse o link abaixo para assistir ao Arquivo Confidencial da doutora Mariana Melo Campos Ribeiro.
https://www.youtube.com/watch?v=fD7dnsa7WAw

 

 

 

 

 

 

 

 

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Mônica Garcia

A revista Official Chic foi idealizada por sua proprietária, a Jornalista Mônica Garcia, para ser um veículo atemporal que dissemina a arte, a cultura, o empreendedorismo e com holofotes em empresas que se destacam em seus segmentos e nos profissionais que atuam de forma inovadora e diferenciada dentro das suas especialidades.
É também uma passarela artístico-cultural onde o poder da criação tem liberdade para apresentar todas as suas nuances.

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