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Márcio Alaor de Araújo

Natural de Santo Antônio do Monte, município de Minas Gerais, a cidade é conhecida por ser considerada a Capital Nacional dos Fogos de Artifício. Márcio Alaor de Araújo, criou a sua marca nesta geração através do seu trabalho frente ao crédito consignado no país. Hoje a marca Márcio Alaor é conhecida em todo o território nacional. Mas, em sua terra, Samonte, ele continua sendo o Marcinho. Filho de Jaci Antônio de Araújo e Dirce Rodrigues de Araújo, comerciantes na cidade. Ele tem cinco irmãos: Ângela, Joel, Reginaldo, Ronaldo e Ronan.

Ele tem um vínculo muito forte com a cidade. E se tem uma coisa com que ele se preocupa é com o propósito de não perder as suas raízes. Os amigos de infância, ainda continuam sendo seus amigos!

É essencial destacar, na trajetória deste que é uma grande personalidade santo-antoniense, que o que o distingue é o amor incondicional pelo ser humano, a paixão avassaladora pela vida, a energia pulsante e envolvente no trabalho que se propõe a realizar e a eterna gratidão a tudo e a todos. Características que fizeram dele, Márcio Alaor, um ícone!
Um nome de peso no mercado financeiro. Modelo de investidor de sucesso e um dos maiores exemplos de humildade, zelo e empatia; que ensina, envolve e direciona muitos amigos e milhares de seguidores nas suas redes sociais. Ele não mudou a sua essência e nem vai mudar o seu jeito de ser, pois sempre tentou ser uma pessoa do bem e simples e é isso que ele pensa da sua vida.

Em conversa com a redatora desta revista, a jornalista Mônica Garcia, Márcio conta a sua história rememorando acontecimentos que marcaram não só a sua vida, mas, a de muitas pessoas que passaram por ele.

E este diálogo que já era tão esperado pela nossa produção, aconteceu na manhã de três de junho, em seu escritório, na cidade de Belo Horizonte.
E seguiu assim:

Marcinho, lá em casa, meus pais gostam de relembrar a história do meu nascimento. Com você também é assim?

Como foi a história do seu nascimento?

_  Ah, meus irmãos gostam de me tirar né, (risos…) eles falam que todos nasceram na roça e eu fui o único que nasceu na cidade!
Eles ficaram brincando comigo, que eu fui superprotegido por ser o caçula, mas, não… claro que eu tive mais privilégios do que eles que nasceram na roça, trabalharam e depois foram pra cidade. Mas, eles foram sempre muito cercados de carinho pelos nossos pais. Todos eles tiveram muito apoio, muito carinho e principalmente muitos ensinamentos. Na verdade, eu era muito esperado pelos meus irmãos mais velhos. Naquela época a minha mãe já estava mais velha, ela já estava com os seus 32 anos. Por isso eu sou o garoto lá de casa!

Quem escolheu seu nome?

– Meu nome é uma polêmica, meu pai é muito ligado a futebol, queria colocar o meu nome de Alaor, por ser o nome de um jogador da seleção brasileira. Para a minha sorte, a minha mãe interveio e disse que não queria. Ela dizia que Alaor era um nome muito feio.
Então eles negociaram… e ficou Márcio Alaor. E este é um nome que eu gosto!
É um nome forte.
Inclusive, teve uma época que eu quis mudar a forma com que as pessoas me chamavam lá no banco. Eu dizia, ah… não… Me chama de Márcio. Mas, ficou MÁRCIO ALAOR e esta marca está no Brasil todo. Hoje eu gosto do meu nome, é um nome extremamente forte. As pessoas falam… gostam da pronúncia e eu convivo bem com o meu nome.

E por falar então em nome, você sabia que na numerologia o seu número de personalidade é o 5?

_ Não sabia!!! (Risos…)
Isso reflete a personalidade de uma pessoa formadora de opinião. Encantadora. Que se adapta às situações.
Você se identifica com esta descrição?

– Muito! Muito. Eu procuro ter liderança. Eu acho que é uma característica forte minha a liderança… o foco. E faz todo o sentido isso que você tá falando. Com certeza, faz todo o sentido!

Marcinho, como foi o seu primeiro emprego. Como aconteceu? O que você aprendeu nesta fase da sua vida, até vir para Belo Horizonte e começar a trabalhar no banco BMG?
Alguém te impulsionou?
Foi indicação? Ou como que você entrou para o banco BMG?

– Bom, só voltando um pouco antes, eu acho importante falar que eu sempre fui cercado por anjos, ao longo da minha vida.
Foram pessoas que me ajudaram, me protegeram e me ensinaram muito.

A minha história em Santo Antônio do Monte, começa com a forma de criação do meu pai e da minha mãe.
Eles achavam que todo filho, principalmente filho homem, tinha que estar na rua trabalhando, e ganhando o seu sustento, aprendendo que nada na vida vem de graça, eles foram muito determinantes na construção do homem que eu sou hoje.
Então com 7 anos, todos os filhos homens, obrigatoriamente tinham que trabalhar. O meu pai dava uma caixa de engraxate completa, com graxa, tinta, escova… e falava, este é o seu primeiro ganha pão. Você vai pra rua trabalhar, fazer os seus clientes, e ganhar o seu dinheiro. Ganhar o seu sustento, que é coisa que você vai precisar fazer o resto da sua vida.

E foi assim.
Eu tive como meu primeiro cliente, o doutor Wilmar de Oliveira, pessoa que eu me emociono muito de falar porque foi uma pessoa que marcou muito a minha vida e que me ajudou muito. Me aconselhava muito e tinha um carinho enorme por mim. Hoje vejo que o tratamento dele comigo era muito cuidadoso, zeloso… coisa de anjo mesmo.

Ele tinha muitos sapatos. Ele era o homem mais rico da cidade. Aos sábados, eu ia atender o doutor Wilmar. Passava no armazém do meu pai e pegava um saco de moá, daqueles grandes. Isso porque eu sabia que teria muitos sapatos para engraxar e eu iria precisar. Eu tinha muita liberdade dentro da casa do doutor Wilmar. Tinha muita amizade com o Wilmar Filho, com o Hugo. Então eu pegava os sapatos também dos meninos para engraxar e até da Cláudia, filha do Dr. Wilmar. E ele falava assim: – À noite quando eu terminar de atender, você vem aqui pro meu consultório, que eu quero te pagar. Você põe tudo anotadinho no papel, que eu vou sentar com você para acertar.

E eu tinha o cuidado de anotar um a um, os sapatos do Wilmar Filho, os sapatos do Hugo, os sapatos da Cláudia… descrevia a cor, o tamanho, se tinha tamanco ou não. Era tudo detalhado nas minhas anotações.
Era pra prestar conta mesmo!
Isso porque o meu pai sempre falava neste negócio da gente prestar conta, da gente ser honesto e ter cuidado com o dinheiro.

E aí, aos sábados, eu esperava sair o último paciente dele, que geralmente era em torno de oito, ou nove da noite, para acertarmos. Mas a verdade é que, o que ele queria mesmo era sentar comigo, me ensinar… me aconselhar… E me perguntava:
– Como você está? Você está trabalhando muito? Está indo bem?
Tá ganhando dinheiro?
Me orientava e dizia que eu tinha que estudar. Que eu precisava conhecer a capital, a trabalho. Ele falava que eu tinha chance de ser bem-sucedido na cidade grande. E foi uma pessoa que me ajudou muito.
E por fim, me dizia: Você fez um trabalho ótimo!
E eu fiz mesmo.
Eu fui o melhor engraxate de Santo Antônio do Monte, eu era o cara que tinha mais clientes.

Eu ia para a porta de um bar que chamava Ponto Chic, e ficava na porta engraxando os sapatos da freguesia.

E outra coisa que eu fazia também era o “Porta a porta”, sem nem saber que isso existia e que já tinha até mesmo o termo certo para qualificar este tipo de serviço; venda direta. Então eu ia na casa dos clientes perguntar se eles queriam engraxar sapato. Ia na casa do Dr. Roberto, e de tantas outras pessoas que eu sabia que tinham melhor condição financeira.
E assim eu fui aprendendo a ganhar o meu dinheiro. Eles achavam engraçado porque era um menino pequeno e tal…

Depois, aos 10 anos, eu fui trabalhar com o meu pai. Ele me chamou e falou: –  Filho, está na hora de você melhorar de vida. Chegou a hora, meu filho, de você ter uma função melhor, ganhar um pouco melhor…

O meu pai tinha um armazém, o “Armazém Santo Antônio”, e foi nesta época que ele me chamou para trabalhar com ele como balconista.
E foi outra grande oportunidade! Eu aprendi muito, porque o meu pai sempre foi muito rigoroso. E ele tinha muito medo de que a gente se envolvesse com pessoas que não eram corretas. Ele sempre pregou muito para sermos pessoas corretas, para trabalhar, para ganhar o seu sustento, e eu sempre fui muito trabalhador. O meu pai viajava, comprava as coisas e tinha sempre o cuidado de vender o mais barato possível, porque ele achava que ele ganharia a clientela tendo um bom preço nas mercadorias.

O meu pai tinha o quarto ano de grupo, mas ele alugava um caminhão e ia com o motorista, para Uberaba, Uberlândia, para comprar arroz, feijão, milho, ou seja, para comprar grandes quantidades, trazer as mercadorias com um preço competitivo e ter clientes, e o meu pai tinha muitos clientes, muitos mesmo, no armazém.

Eu comecei a trabalhar no armazém e estudava no colégio da dona Maria; o Colégio Nossa Senhora de Fátima. Meu pai nunca abriu mão dos filhos estudarem. A dona Maria era uma mulher de muita visão e muito inteligente, o colégio tinha um internato, então vinham meninas de todo o interior de Minas para estudar no colégio da dona Maria, que era tido como muito rigoroso. Era um colégio particular, era um pouco mais caro, mas o meu pai, com todo sacrifício e eu também trabalhando, conseguimos pagar. Todos os meus irmãos também estudaram neste colégio… enfim, eu estudei lá até completar o segundo grau, quando vim para Belo Horizonte. Na época, todos os meus irmãos já estavam em BH, não tinha mais nenhum em Samonte.

Chegando em Belo Horizonte, eu fui morar no edifício Maletta, que é um prédio gigante com apartamentos de 40 m², era um (quarto e sala).
No quarto tinham quatro beliches e a sala era dividida ao meio com uma cortina, onde tinha mais quatro beliches. Erámos oito homens morando num apartamento extremamente pequeno. O bom é que nós éramos muito felizes, acho que foi uma das melhores fases da nossa vida.

Primeiramente eu convivi ali com os meus irmãos, depois um deles foi para os Estados Unidos, outro para Brasília, e nós meio que nos dividimos um pouco. Então, eu passei a dividir o apartamento com o Luis da Glorinha, que é como um irmão que eu tenho, o Flavinho… e mais outros amigos. Vivíamos em perfeita união. Éramos pessoas muito puras e muito humildes.

Nesta época, a gente não tinha muita condição. Revezávamos para saber quem ia para Santo Antônio do Monte, isso porque o dinheiro era muito curto. Curtíssimo.

No domingo, geralmente o pessoal namorava. A gente tinha meninas pra namorar em Samonte, e na volta sempre pegávamos o último ônibus que saia tarde da noite e aí nós chegávamos em Belo Horizonte no início da madrugada, tipo uma ou duas da manhã.

Os que haviam ficado em BH, ficavam acordados para esperar o cara chegar de Samonte pra contar as novidades. E a primeira pergunta era:
E aí, quem tá namorando com quem? Quem está com quem?!

E a gente era muito feliz!
Éramos também muito unidos.
Exemplo: Ninguém tinha condições de almoçar em um restaurante.
Então cada um tinha a sua função. Um limpava a casa, outro fazia supermercado… quem tinha habilidade para cozinhar, cozinhava… o outro lavava as vasilhas.
Agora, vale ressaltar uma coisa: o fogão era de duas bocas!
E ir às compras, era tudo feito a pé mesmo. Não tinha carro, não tinha táxi, nada disso. E tínhamos que subir as escadas, até o apartamento, carregando as compras.
Cozinhávamos com prazer!
Eu cozinhava, o Orlando cozinhava, o Nando também… O Flavinho e o Luís não tinham muita habilidade de cozinhar.
Todos estávamos ali com um objetivo, o de estudar. Todos com o objetivo de crescer na vida. E eu comecei a trabalhar no BMG com 16 anos. O Joel, na época me disse; olha, tem uma vaga lá no BMG, de Office boy, e eu acho que você deveria ir lá tentar e começar a sua vida.
E aí eu fui. Não sabia andar em Belo Horizonte direito ainda.
Me alertaram que a primeira pergunta que eles iriam me fazer era: se eu sabia andar em Belo Horizonte. E que era para eu dizer que sabia! Como eu não sabia mentir, porque o meu pai falava que a gente não podia mentir… eu já entrei meio nervoso.
Quem fez a entrevista comigo foi a Lourdinha, pessoa que hoje é muito querida. E a primeira pergunta que ela me fez foi justamente esta; se eu sabia andar em Belo Horizonte.
E aí ela percebeu que eu travei, que eu fiquei mudo. Então ela mudou a pergunta. Me perguntando; qual o seu objetivo aqui?
Eu disse; olha, eu quero ser o melhor Office Boy do BMG. Eu não sei andar aqui, mas eu vou aprender. Me dá uma chance, porque eu realmente preciso.
E assim, ela foi muito bacana comigo!
Nós éramos 14 Office boys e eu não parava, tinha que dar entrada no serviço, saída no serviço… quando eu via chegando serviço, eu já pegava e saía pra rua. Tinha um segurança lá, o senhor Geraldo, que me ajudava muito, porque naquela época não tinha o Wase, tinha uns catálogos telefônicos, mais grossos do que caderno de 10 matérias… com mil e tantas páginas…

E aí, eu perguntava: Geraldo, como eu faço pra ir na rua tal?
Ele me falava qual o ônibus que eu pegaria e como eu faria pra chegar no destino certo. E depois no outro endereço… e, assim sucessivamente, até que eu aprendi a andar em Belo Horizonte sozinho.

Com seis meses que eu estava lá, os meninos que trabalhavam comigo, falavam que eu era puxa-saco… que eu só ficava na rua… e eu dizia; cara, eu não sou puxa-saco. Eu vim aqui pra trabalhar!
Eu preciso trabalhar.
Eu tenho que aprender a andar em Belo Horizonte!
Eles me deram uma oportunidade de trabalho!
Eu dei valor a isso. E eu trabalhava muito feliz!

Quando eu tinha 17 anos, surgiu uma oportunidade para trabalhar na expedição. Era uma outra coisa, um outro serviço que nem existe mais. Mas, na época o serviço era para passar telex… tirar xérox… não tinha computador.
Aí eu já passei a ganhar um pouco mais.
Eu sempre fui muito prestativo, muito jeitoso, sempre com muita disposição de ajudar as pessoas.

E aí, foi muito rápida a minha transferência para a contabilidade, o Roberto e o Ronaldo me chamaram pra ir para este setor, e aí eu disse; nossa… é um sonho!
Porque naquele cargo eu já passaria a ganhar em torno de uns três salários. Então, já melhoraria bastante a minha qualidade de vida. Eu topei o desafio e aprendi muito.

Eu costumo dizer que o Ronaldo Nunes Faria foi o meu primeiro chefe dentro da empresa, ele era o contador do BMG.
Até hoje ele trabalha no BMG.
O Ronaldo foi, e continua sendo, mais do que um amigo. É um cara por quem eu tenho uma admiração enorme…é uma relação de amizade como de irmão mesmo. E assim, ele é um cara mais velho, cerca de 12 anos mais velho que eu. E eu aprendi muito de contabilidade.

E todo o trabalho era feito muito manual mesmo, na máquina de datilografia. E nós precisávamos de inovar, de modernizar e trabalhávamos muito para isso.
O BMG na época, contratou uma empresa para fazer um serviço que eu achei bem legal porque a grana era curta; e eles lançaram o seguinte; quem trabalhasse na hora do almoço tinha garantida a refeição e quem trabalhasse até mais tarde, eles davam também o jantar.
E isso pra mim, era dinheiro pra caramba!
Todos os dias uma cantina italiana ia levar comida pra gente, e eu achava aquilo chique pra caramba!
Eles levavam à parmegiana…filet ao metre Lucas… e eu achava aquilo a melhor coisa do mundo!

Eu me destaquei muito porque eu sempre tive vontade de trabalhar. Sempre gostei muito de trabalhar.
Então com 21 anos, o BMG quis levar a matriz para o Rio de Janeiro, e então eu fui escolhido, como uma pessoa de confiança, para cuidar de uma praça grande, considerada difícil.

E aí vem mais uma história do Ronaldo comigo, porque o Maurílio Valadares, diretor na época, chamou o Ronaldo e falou pra ele:
_ Olha Ronaldo, o Márcio foi o escolhido, ele é muito jovem e não tem experiência nenhuma, ele conhece Santo Antônio do Monte e Belo Horizonte, então tem que preparar este menino, formar este menino…
Ele não deve saber nem entrar num hotel. Ele não deve saber pegar um avião… e como de fato, eu não sabia. E foi aí que o Maurílio teve o cuidado e o carinho de mandar o Ronaldo, que era um cara mais experiente do que eu que já estava com os seus trinta e poucos anos, para me acompanhar durante 15 dias.

E o Ronaldo, muito gozador, muito sacana, ele tinha um carinho muito grande com a gente. Por exemplo, o dinheiro que a gente ganhava dava pra 15 dias, depois ele emprestava pra gente, porque a gente não tinha dinheiro… aí, no dia 25 a gente recebia, pagava ele. No dia 26 a gente pegava de novo emprestado e assim sucessivamente…ele fazia isso pra gente.

Então, ele foi comigo. Foi a primeira vez que eu peguei avião!
E ele… muito gozador! Pegou todos os funcionários da contabilidade, e mandou o pessoal ir lá pro Aeroporto da Pampulha. E na medida que nós andávamos para subir a escada do avião, o Ronaldo falava: – Olha, Márcio!
Tá todo mundo lá em cima te olhando!
Então quando você for sair, quando chamar o voo, você vai andando e abanando a mão… dando tchau e acenando… porque tem que fazer isso, por educação e tal.
E o pessoal do banco lá com placas escritas assim:
De Samonte para o Rio… De Samonte para o Mundo!
E eu fazia tudo o que o Ronaldo falava, ia andando e dando tchau!!

Quando entramos no avião, ele me disse:
Olha, vai vir uma moça te oferecer água, salgadinhos… e outras coisas, ela quer te sacanear, não aceita nada! Coloque os cintos, segura nos cintos e não solta não, porque este avião pula demais e, se você soltar, você vai bater a cabeça lá em cima. Aconteça o que acontecer, você não aceita nada.
E eu falava, poxa Ronaldo, eu tô morrendo de fome, tanta coisa gostosa que eles estão oferecendo aqui. E o Ronaldo, falava: Eu tô te avisando… não aceita. E ele falava tão sério, que eu acreditava nele.
Então a aeromoça chegava e dizia, quer pão?
E eu dizia, não!
Quer água?
Não!
Quer pão?
Não!
Eu não queria nada!!!
E estava morrendo de fome.
A primeira vez também que eu fui dar entrada num hotel. O Hotel Olinda, lá no Rio, ele foi tirando onda comigo e morrendo de rir…fui percebendo que era gozação dele.

Outra passagem dele comigo é de quando íamos pegar um ônibus, por exemplo. Estávamos em Copacabana e íamos pro centro da cidade.
Então ele falava:
Me dá a mão!
E eu: Eu vou te dar a mão pra quê, cara? Eu sou macho! Você tá me estranhando? (risos…)
E ele: Me dá a mão rapaz…!
Eu vou te ajudar a atravessar a rua!
E eu dava a mão pra ele.
E ele gritava, corre Márcio!
E eu saia correndo igual um maluco! Então, era gozação dele, mas, era pra eu ficar esperto. Porque o Rio não é brincadeira mesmo não!

Outra lembrança, foi quando eu fui entrar na escada rolante. Ela falava, olha, você fica esperto que esta escada rolante vai engolir seu pé.
Então você pula!
E eu pulava!

Então, tudo o que ele falava, era lei pra mim!
Depois, que eu fui descobrir que era tudo brincadeira dele comigo. E, se não fosse assim, eu não teria tanta história boa pra contar de tudo o que eu aprendi com ele e assim, de forma muito extrovertida! Hoje, a gente comenta e ri muito, nós dois.

Então eu fui trabalhando e morando no Rio, e fui percebendo que mesmo não tendo dinheiro, eu precisava ter foco. Porque no Rio, não precisa ter dinheiro para aproveitar a vida. E eu queria ter foco e crescer como pessoa e como profissional. Eu pensava que, para curtir a vida com dinheiro, depois, seria muito melhor!
Nesta época, eu estava namorando a Silvana.
E foi aí que eu tomei a decisão de casar com 22 anos de idade.
Ela tinha 20 anos.
Silvana e Marcio Alaor Araújo | Nossa senhora rainha, Araujo, Casamento
Casei com muita dificuldade, porque eu ganhava cinco salários mínimos, e isso para morar no Rio de Janeiro não é muita coisa. Pagava aluguel, tudo numa dificuldade danada. Mas, casei e tive foco. Passei por todos os cargos dentro do BMG. Ali eu fui assessor de gerente, gerente administrativo, gerente regional. Ou seja, passei por todos os cargos ali dentro. Passei por todas as áreas, cresci muito lá dentro.

E eu sempre cresci muito em crises!
Eu sempre me sobressaí em crise.
Crescia como líder, como pessoa e como profissional.
Em todas as crises, que eu passei, foi assim.

Um dos filhos do dono do banco, o Toninho Guimarães, um dia, virou pra mim e falou comigo: -Márcio, você precisa voltar pra BH, você precisa estar perto do meu pai, você precisa estar perto do dono para que você possa ter oportunidade de crescer.
E eu já estava adorando morar no Rio de Janeiro! Até hoje, por mim, se eu pudesse, eu moraria no Rio de Janeiro. Mas, ainda assim, a minha resposta foi a seguinte: -Eu sou profissional. Se for alguma coisa boa pra mim, conta comigo, claro!

A gente lutava muito, porque vinham muitas crises no mercado financeiro. E o meu dinheiro era contado mesmo. Mal dava para pagar as contas. Era contado mesmo…era difícil. A Mariana já existia, e eu olhava pra ela e pensava: Meu Deus! Eu não posso perder o emprego! Como todo o mercado tinha aquela lista que circulava em época de crise, que elimina algumas pessoas da empresa, então eu tinha muito medo.

Bom…enfim, aí eu retornei para BH. Fui desenvolvendo bem dentro do banco BMG e em 1994, eles resolveram fazer uma fusão de todas as empresas. Financeiras que eram 05 no total. Nesta época saiu muita gente, muitos diretores e graças a Deus, eu fiquei. Naquela ocasião, estava meio que combinado que eu seria superintendente administrativo. Entretanto, chegando em BH, o meu chefe que era o Dalmo Carvalho Silva, que foi também um pai pra mim, era tido como uma pessoa muito enérgica, muito dura. Mas, de muito bom coração. Ele me ensinou muito, e logo que eu cheguei para a entrevista, ele virou pra mim e disse bem assim: Eu vou arrumar um cargo pra você!
E eu disse, mas… cargo?
Eu vou ser superintendente. Não?
Ele disse, não.
Eu não te conheço. Não sei se você é capaz… Não adianta eu ser omisso e deixar que me imponham um cargo pra você que eu não vou aceitar. Você vai ter que mostrar que você é competente… que você é eficiente, para depois você ter um cargo melhor.
Mas, você vai ter que começar para mostrar que tem competência. Eu disse, tá bom!
Mas, qual é o cargo?
E ele me disse, ah… não sei. Eu nem pensei. Você está sendo empurrado para mim, goela abaixo. Eu pensei: Poxa, agora ele me ferrou.
Vai me ferrar…
Ah… pensando aqui, tem o aspone, né!
Eu disse, aspone? O que é aspone?
E ele, assessor de porra nenhuma!
Eu fiquei corado. Não esperava por essa. Eu que sempre trabalhei duro, sempre procurei ser o melhor em tudo que eu fiz. Foi um baque, um susto muito grande.

E então eu disse; não. Eu não sou assessor de porra nenhuma, não.
Eu sou trabalhador. Tenho orgulho de ser um homem trabalhador.

Então, eu vou arrumar um cargo pra você!
O de assessor de produtividade.
E eu disse: -O que é isso?
E ele, uai; eu não sei também não.

Mas, eu vou arrumar este cargo pra você!
Eles estão me mandando te colocar aqui…
Depois eu vou pensar no que é esta função.
E foi ótimo, porque desta forma ele me deu uma missão de melhorias realmente. O Dalmo é muito inteligente, ele quis automatizar o banco. Reduzir custos. Simplificar os processos…

Foi nesta nova etapa de trabalho dentro do BMG que você pegou uma visão geral do banco? É isso?
Sim!
Você Mônica, e os seus leitores, podem ver a importância da humildade. Porque foi justamente aí, como assessor de produtividade que eu pude conhecer de perto todas as áreas do banco. Todas as funções. Como funcionava tudo.

Eu chegava para o líder da área e dizia, olha, eu não sei nada. Quem sabe tudo é você.
Eu estou aqui para aprender e para te ajudar no que eu puder.
Então, as pessoas me recebiam bem e a gente fazia um bom trabalho.
E assim, desenvolvia todas as áreas e reduzia o serviço à medida que automatizava.
E foi tudo melhorando.
Eu tinha uma prestação de contas, no comitê do banco, com os acionistas. E desta forma eu fui aparecendo, tendo notoriedade… ficando em evidência a minha presença e participação no banco, até que um dia, o Dalmo me chamou e disse: Márcio, você fez um trabalho excelente!
Você é um cara notável. Um profissional brilhante e eu vou te promover a superintendente de administração e controle. Agora sim, você fez jus.

Então, o fato dele querer me conhecer e não me aceitar goela abaixo… me preparar para o cargo, era para ele uma questão de justiça. Ele era muito justo, muito correto.

Aí eu aprendi muito. Me tornei superintendente. Rapidamente, eu me tornei diretor adjunto de administração e controle. Em 1998, ele resolveu aposentar. Ele tinha tido um câncer. E nesta ocasião ele me nomeou como diretor executivo de administração e controle.
O que pra mim, foi uma vitória, me tornar diretor estatutário do banco.

Pois que eu cheguei como office boy, e cada conquista minha dentro do BMG, foi lutada. Em 1998, eu tinha 37 anos. E foi muito bom, porque nesta época, eu comecei a conviver com a pessoa que é o meu ídolo. O meu grande ídolo. Uma pessoa que mais me ensinou muito, o meu segundo pai, que é o doutor Flávio Pentagna Guimarães.

E foi aí que começou a história do BMG com o consignado no país. Que eu me orgulho de fazer parte, junto com toda a equipe. Na época, nós tínhamos o Zoroastro, diretor comercial, pessoa muito competente.
Eu era do administrativo e ele do comercial.

No final de 1998, o doutor Flávio, convocou uma reunião, com todos os diretores do banco, e disse que nós íamos parar de operar. Até então, nós éramos um banco, voltado para financiamento de veículos.

Ele decidiu parar de operar veículo. Porque tinha crise à vista!
E o pessoal brincava que ele estava sempre há pelo menos 20 anos à frente da gente! Ele sempre previa muita coisa. Ele sempre foi uma pessoa visionária, inteligentíssimo! Um banqueiro, efetivamente.

Ele anunciou, então, que iria parar o banco. Que queria receber da carteira de clientes que já havia sido feita. Porque senão, iríamos quebrar. Porque estávamos à beira de uma crise no mercado financeiro.

E íamos buscar um novo nicho pro banco. Um outro negócio que fosse mais seguro para o banco.
E assim foi feito.
Então ele perguntou para os diretores quais eram as carteiras que o banco tinha.
O banco tinha carteira de empréstimos para prefeitura, tinha carteira de veículos… e uma carteirinha pequena que era a carteira de consignado. E ele então, em reunião, ele perguntou: -Como é que funciona o consignado?
– Bom, o consignado é um tipo de empréstimo para servidor público que já desconta na folha de pagamento. Então, ele não teve dúvidas. Ele disse; é esse o negócio do banco. É isso que nós vamos desenvolver.
E o pessoal, os outros diretores, disseram, não!!! Isso é um negócio muito pequeno… só duzentos e poucos mil…
Ele respondeu, então, que decididamente era isso que nós iríamos desenvolver. E que nós seríamos o maior banco de consignado do Brasil.
Todo mundo pensou que ele estava louco!
Mas, ele conseguiu colocar na cabeça de todos, que nós seríamos sim, o maior banco de consignado do Brasil.

E aí, todos nós fomos para o Paraná. Porque era lá que tinha esta operação. E nós fomos aprender esta operação. Como ela funcionava de fato. Como que descontava, como que emprestava.  E foi quando nós criamos a figura do correspondente bancário. O Zoroastro foi importantíssimo ao nos trazer esta ideia, onde eu participei do projeto, que desde então foi muito importante para geração de emprego e renda no Brasil.

Porque o banco não tinha como abrir agência. Para se abrir uma agência era muito caro. E o banco era muito pequeno, nós tínhamos um patrimônio relativamente baixo. E foi aí que nós trouxemos pessoas que eram ex- bancários, ex- corretores de seguros… que estavam desempregados e fora do mercado. E nós começamos a dar a mão pra eles, para que eles pudessem se tornar empresários efetivamente.

O banco tinha fechado 26 agências. Pegamos todos os móveis e montamos os escritórios para os correspondentes. E demos a mão efetivamente. Criamos o contrato social deles. O banco deu apoio. E assim, nós criamos aquela legião de pessoas no Brasil todo. Em pouco tempo, estávamos mesmo em todo o Brasil, distribuindo crédito.

O doutor Flávio, tem uma característica muito interessante, porque todo dia ele me ligava e me perguntava: Como andam as coisas? Tem novidade?
Como está a produção?
Então, ele cobrava da gente!
E eu me lembro que teve uma vez, em que um dos diretores do banco, disse: Já pensou, quando a gente chegar a 10 milhões de carteira?!
– No que o doutor Flávio, respondeu: Que nada… Nós vamos chegar é a 10 bilhões! 20 bilhões!!! 30 bilhões…

E ele acreditava no que dizia e ligava todas as manhãs com uma pergunta muito simples:
Quais as novidades?

No início, eu queria mostrar para o doutor Flávio, que estava tudo bem. E que eu sempre estava atualizado. Então, eu contava um monte de novidades pra ele de manhã, e eu não sabia que quando ele voltasse do almoço, ele queria mais. E quando eram nove ou dez horas da noite, ele queria mais novidades…
Aí, eu comecei a fracionar. Porque senão eu não tinha novidades pra ele.
Mas, era a forma dele cobrar da gente, para que a gente pudesse estar atualizado.

O banco foi crescendo…

Em 2005, nós começamos a patrocinar os times de futebol. A gente percebeu que estava gastando muito com mídia e nesta época nos foi liberada a carteira do INSS com mais de 60 milhões de pessoas, aposentados, tomadores de empréstimos. Então foi uma forma que nós encontramos de continuar na mídia. Porque na época o BMG pagava, para a globo, por 30 segundos, uma verdadeira fortuna. Então a gente gastava 5 milhões por mês, para ficar pouco tempo na mídia. E com esta ideia de patrocinarmos os clubes, nós gastávamos menos, e estávamos estampando a camisa dos principais clubes do Brasil. Às quartas-feiras, nos principais jogos e nos jornais da quinta-feira, o BMG estava estampado na primeira página e no sábado, estávamos na televisão e nos jornais e no domingo também, ou seja, uma forma de divulgar a marca que só foi crescendo, com estas divulgações.
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Eu sempre procurei me cercar de ótimos profissionais, porque quando estamos rodeados de pessoas competentes, eles nos impulsionam, faz a gente estudar, e crescer. E foi também em 2005 que a Amanda Ituassú, executiva de alta performance, começou a trabalhar comigo. Ela foi pessoa decisiva na criação do cartão consignado e viajamos juntos por todo o Brasil, auxiliando os correspondentes. Impulsionando-os com campanhas e palestras, trabalhamos muito. Em 2015 começamos com o cartão do consignado para os aposentados do INSS, com uma margem exclusiva de 5%. Ela brilhou e o banco começou a ter uma carteira gigante. A partir do que ela acreditou, mostrou para o correspondente bancário a importância deste produto que hoje tem uma relevância muito grande em todo o Brasil.
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Mas voltando um pouco, em 2008 teve crise. E superávamos as crises. Então o doutor Flávio sempre falava muito comigo e com o Ricardo que, para superar as crises, o banco tinha que ter muito dinheiro em caixa. E assim, ele foi ensinando à gente.

Em 2012, veio outra crise. Acabou a liquidez, os bancos pequenos não tinham liquidez.  E aí, a gente, sem solução e sem alternativa, batemos na porta do Bradesco que quis comprar o banco na época… e numa situação não muito favorável para nós.
E nesta ocasião eu falei com o Ricardo; olha, nós temos que buscar outro banco, para que a gente não venha a vender o banco e se for o caso de vendermos que venhamos a fazer um bom negócio. E veio a ideia do Itaú.

E a ideia de procurar alguém com relacionamento neste banco, porque nós não tínhamos nenhum relacionamento dentro do Itaú. Nas negociações com o Bradesco, eles estavam apertando muito as negociações, de forma que as propostas eram quase que de doar o banco pra eles. Depois de falar com o Ricardo, eu procurei o Herman, que é um amigo meu de São Paulo. E pedi a ele para nos ajudar, nos apresentando ao Itaú. Disse a ele sobre a carteira que nós tínhamos e que isso agregava um valor enorme e que o Bradesco, estava interessado, mas, queria tudo por uma bagatela. O Ricardo não acreditava que pudesse dar certo do Itaú querer entrar conosco no consignado. E eu falei pra ele que não, porque o NÃO, a gente já tinha. Que nós tínhamos que tentar!
O Herman conversou lá no banco Itaú. Eles gostaram da ideia e, no sábado, o Roberto Setubal chamou a gente para conversar. E ele é uma pessoa muito inteligente. Ele então pegou uma folhinha de papel, e tinha só uma pessoa com ele. Diferente das reuniões no Bradesco, onde tinham sempre em torno de 20 pessoas conosco em torno desta negociação.

O Roberto chamou e disse de uma forma bem simples;
Olha, eu não quero comprar o banco de vocês. Eu olhei pro Ricardo, ele olhou pra mim, e pensamos poxa… nós estamos fodidos!!
Eu proponho nós fazermos uma  Joint venture, onde o BMG teria 40% e traria todo o “Know how”, e todo o pessoal qualificado para trabalhar com isso e o Itaú coloca um Bi de capital e detém 60% . E criamos assim um novo negócio. Um novo CNPJ. Se quiserem isso aqui, tá fechado.
E pra nós, era uma honra sermos sócio do Itaú.

Dissemos que iríamos ligar para o doutor Flávio, pra ver… e tal.
Mas, sem dúvidas, que era o melhor negócio do mundo. Além de ser sócio do Itaú.
E comentamos que o BMG estava sem liquidez. E que o BMG, precisa continuar vivendo… então ele foi muito bacana, porque ele nos deu uma linha de crédito alta para o BMG continuar os seus negócios. E fechamos com ele; eu fiquei, por força de contrato, de 2012 até 2015, no Itaú. Depois eu voltei pro BMG e em 2016, nós vendemos a Joint venture para o Itaú, que foi um bom negócio pra nós, deu um bom retorno financeiro para o BMG. E o nosso banco ficou com uma boa quantia, porque já estava estabilizado. E andamos com as nossas próprias pernas, vivemos um novo momento, desenvolvemos, criamos uma nova empresa, que é a HELP, com uma franquia de mais de 900 lojas na época. Criamos um banco sustentável, moderno. Eu, então, já era vice-presidente do banco, junto com os outros acionistas, e tinha uma participação importante no banco.

O doutor Flávio, sempre foi uma pessoa muito generosa, e eu sempre tive muita gratidão por ele. Enfim, é uma história rápida aqui. Mas, de muita luta, de muitas alegrias e que me traz muita felicidade.

Me aposentei no banco BMG, lugar pelo qual eu tenho muita gratidão com pelas pessoas que estiveram comigo e com todo o pessoal do banco, e com os acionistas… Agora eu estou abraçando um novo desafio. Ainda sou jovem e me sinto cheio de energia! Gosto de trabalhar.
Eu recebi propostas de três bancos para sair do BMG e ir direto trabalhar com eles. Então eu aceitei a proposta de um deles, que tem sede em São Paulo, e estou começando um trabalho lá. E estou muito feliz com este novo desafio, que é uma consultoria. Eu estou desenvolvendo toda parte de varejo do banco Master. Eu estou com pessoas muito boas, os proprietários são também pessoas de muita visão, o Augusto, que é baiano, e o Daniel, que é de Minas. Estou num ambiente muito bom, rodeado de pessoas jovens e cheias de energia e de vontade de fazer o negócio dar cada vez mais certo. Eu gosto de trabalhar com jovens, gosto de ensinar, mas, gosto também de aprender. Os jovens de hoje nos cobram muito. Eu fico em São Paulo, terça, quarta e quinta, nós estamos desenvolvendo um trabalho extraordinário no banco e muito em breve, nós vamos ter muita notícia boa dele. É um banco já muito rentável, é um banco que tem só quatro anos que está nesta gestão, mas é um banco muito promissor e que está crescendo bastante, e eu estou botando muita fé e estou muito feliz de estar neste novo projeto.
É isso que me mantém vivo. Eu gosto de desafios!
Eu gosto de projetos novos!
Eu gosto de gerir resultados!
E eu gosto de ganhar dinheiro!

Assim como eu também gosto de ajudar as pessoas. Eu não sou escravo do dinheiro e sinto prazer em poder ajudar as pessoas.
Então, assim, eu estou numa fase muito feliz da minha vida. Estou leve, tranquilo, e quero realizar muita coisa ainda, se Deus quiser.

E sobre o seu livro?
– Meu livro está pronto! Eu tenho que arrumar tempo para rever tudo o que foi escrito. Ele foi escrito por três pessoas maravilhosas a quem eu dedico também muito carinho. É uma autobiografia, onde eu conto a história de vida do Márcio Alaor até aqui. Onde eu falo da minha infância, de momentos de mercado, enfim, um relato geral. E, se Deus quiser, o meu desafio é lançar este livro até o final do ano.

Se eu te pedisse para deixar uma mensagem aos leitores e aos jovens que chegam a todo momento no mercado de trabalho, qual seria a sua mensagem, Márcio?

Em primeiro lugar é uma honra estar aqui com você, Mônica, eu estou muito feliz de estar participando desta entrevista com você!
Faço com muito carinho, tenho carinho, respeito e admiração pelo seu trabalho, sei da sua luta, que não é fácil. Eu estou aqui sempre para construir. Agradecer às pessoas que vão ler esta entrevista, agradecer aos meus amigos, que construíram comigo muitas histórias bacanas e que graças a Deus a gente tem pra contar junto!
Agora, a mensagem, eu acho que é essa mesmo… trabalho, amor e gratidão!

Aproveito para te contar, que eu tinha mais ou menos uns 18 anos, uma senhorinha, lá em Santo Antônio do Monte, ela tinha uns 80 anos e ela pediu para olhar a minha mão e ela, ao olhar a minha mão, falou; meu filho, você ainda vai ser uma pessoa muito bem-sucedida, você vai ser um ótimo profissional, você vai ganhar muito dinheiro e vai ajudar muitas pessoas.
E realmente ela tinha razão. Hoje, e já faz um tempo que eu procuro ajudar as pessoas. Principalmente as pessoas mais necessitadas. Deus me deu uma missão e eu pretendo cumprir até o meu último dia, se Deus quiser.

Agora, eu não vou te contar mais nada não, Mônica, porque senão não sobra assunto para o meu livro, eu preciso lançar o meu livro e eu quero vender muito!
(risos…)

Tem uma coisa, eu não quero nem um real do meu livro, eu não quero nada. Vou tirar os custos de produção e tenho esperança de que quando lançarmos, nós venhamos a vender bastante mesmo!
Porque a minha história é muito boa…nele tem muita gente que me conhece e eu conheço o Brasil todo!…
Então, eu acho que vai dar um ibope legal, eu vou vender muitos livros e ajudar muita gente com este dinheiro.

Amém, Marcinho!
_ Amém!

Parentes e amigos de Márcio Alaor juntaram-se a nós nesta homenagem a ele. E vocês podem conferir agora!
Clique no link, abaixo, para assistir ao “Arquivo Confidencial” de Márcio Alaor de Araújo.
https://www.youtube.com/watch?v=QrjPbxN4vCA

E se você sentir vontade de prestar a ele a sua homenagem, fique à vontade para comentar aqui. Estes arquivos ficaram para a posteridade e será maravilhoso tê-los conosco!

 

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Mônica Garcia

A revista Official Chic foi idealizada por sua proprietária, a Jornalista Mônica Garcia, para ser um veículo atemporal que dissemina a arte, a cultura, o empreendedorismo e com holofotes em empresas que se destacam em seus segmentos e nos profissionais que atuam de forma inovadora e diferenciada dentro das suas especialidades.
É também uma passarela artístico-cultural onde o poder da criação tem liberdade para apresentar todas as suas nuances.

As causas sociais e filantrópicas também são prioridade da idealizadora desta revista, sobretudo o autismo, que se tornou uma luta de causa e de vida!