CARLOS LÚCIO GONTIJO
Desde a minha alfabetização na Escola Waldomiro de Magalhães Pinto, em Santo Antônio do Monte, tomei a providência de experimentar o uso da palavra na elaboração de versinhos infantis em pleno acordo com os meus nove anos. Era a chegada de um dom divino a me guiar e a ser útil em minha caminhada terrestre, caso eu procurasse me empenhar, persistir e aprimorar. Então, no ano de 1977, lancei o primeiro livro (“Ventre do Mundo”), sem qualquer noção a respeito do mercado editorial. Assinei notas promissórias numa gráfica e, quando me entregaram 1.500 livros, nem sabia o que fazer com aquela papelada, pois ninguém tem à sua disposição tanta gente para desaguar poesia. Foi uma tragédia, um desespero, mas também uma grande alegria ter nas mãos o primeiro livro.
Minha querida e saudosa mãe Betty se juntou a mim com o poder e a entrega materna. E então passamos a vender livro pelo telefone e de porta em porta. Naquele tempo, as pessoas abriam suas portas para receber vendedores de livros – hoje tanto não abrem suas portas, quanto também não são de frequentar livrarias. Dessa forma, com a adesão de outros amigos, com o milagre da propaganda de boca a boca, a edição se esgotou. E no embalo, escrevi o meu segundo livro (“Leite e Lua”), que teve como prefaciador o grande e importante poeta Bueno de Rivera, que me deu muitos conselhos. Aprendi com ele que o melhor parceiro de poetas e escritores é a lata de lixo. Ou seja, escreveu, não ficou bom, jogue no lixo!
Bueno me disse que não bastava ter dom, pois a arte da palavra escrita carece de constante lapidação e que todo autor deve buscar seu estilo. Pois bem, fiquei dez anos sem lançar livro algum, mas buscando o aperfeiçoamento e a construção de algo que pudesse chamar de meu. Daí escrevi o livro de poemas “Cio de Vento”, ao qual considero o alicerce de minha obra literária, uma vez que nele alinhavei o que buscava: uma escrita representativa da vida, na qual amor, desamor, dificuldades, problemas econômicos e assuntos políticos se misturem, seja na poesia, seja na prosa é assim que deve ser.
Toda vez que revejo minha caminhada fica clara em mim a importância de meus professores em minha trajetória, desde a primeira professora Clélia Aparecida Souto e Couto até os mestres da faculdade, cada um deles inseriu em mim conhecimentos e maneiras de conviver que se expressam na minha escrita e em minha vida. Atividade literária é missão difícil em país de baixo estoque de leitores como o Brasil e certamente eu não teria produzido tantos livros sem reunir em meu entorno diagramadores e ilustradores de elevado nível de competência e sensibilidade como Nivaldo Marques Martins, Nelson Flores, “Quinho”, Ana Carolina Soares, Hamilton Flores, Vilma Antônia da Silva (a Vilminha), e Antônio Jabur Neto. E tem também a confiança dos prefaciadores: poeta Bueno de Rivera, jornalista José Egydio Farinha, escritora Therezinha Casasanta, professor Aluísio Pimenta, jornalista José Carlos Alexandre, escritor João Silva de Souza, poeta Harildo Norberto Ferreira, professora Clélia Aparecida Souto e Couto, poeta Antônio Fonseca, jornalista Sérgio Neves, professora Maria Greco, jornalista Valter Lima, jornalista Berenicy Silva, poeta Luiz Cláudio, a poetisa portuguesa Carmo Vasconcelos.
Por gostar de escrever fiz opção pelo curso de Jornalismo e foi como jornalista que construí minha vida, ao passo que o exercício da literatura e da poesia me ensinou que o sucesso se resume em conhecer o nosso propósito na vida, crescer pra atingir o nosso potencial máximo e lançar sementes que beneficiem outras pessoas. Ou seja, o principal papel do autor é mesmo escrever – todo o resto é consequência, pois na maioria das vezes o bom livro não é o mais vendido e sim aquele que tem o poder de transformar; ainda que seja uma única pessoa. Como dizia Platão, se um livro qualquer tiver um único leitor além de seu autor, já estará justificado o trabalho despendido em sua elaboração.
E claro que não é e nem será fácil. Alguns dirão que o momento é de crise econômica, mas para a literatura e todos os demais segmentos culturais nunca houve bom tempo, pois a ignorância sempre imperou (e impera) e ademais, como grafei no romance “Desmemória de Horizonte”: Aos que fingem estar dormindo, não há como despertar.
CARLOS LÚCIO GONTIJO, Tendo como patrono Guimarães Rosa, possui assento na Academia Mineira de Belas Artes – AMBA. É membro da Academia de Letras do Brasil-Mariana (ALB-MARIANA), onde ocupa a cadeira número 15, que tem como patrono o poeta Bueno de Rivera; integra a entidade cultural internacional Poetas del Mundo; é membro da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia (ALSPA), da Academia Santantoniense de Letras (ACDSAL) e correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO).
É cidadão honorário das cidades de Contagem-MG (por indicação do vereador Arnaldo de Oliveira) e Santo Antônio do Monte (por iniciativa do vereador Luís Antônio Resende). Trabalhou durante 30 anos no jornal DIÁRIO DA TARDE, onde foi revisor, supervisor de revisão, secretário de página, articulista, editorialista, subeditor e editor de Opinião. Passou, ainda, pelos seguintes jornais: Proeste, Diário de Minas/Jornal de Minas, Hoje em Dia, Tribuna de Mariana (do qual foi editor), e pela publicação Fogos em Revista (editor), na Revista Official Chic colabora com artigos mensais (colunista).
A OBRA LITERÁRIA E POÉTICA
DE CARLOS LÚCIO GONTIJO
• Ventre do Mundo (Poesia – 1977).
• Leite e Lua (Poesia – 1977).
• Cio de Vento (Poesia – 1987).
• Aroma de Mãe (Poesia – 1983).
• Pelas Partes Femininas (Poesia e prosa – 1996).
• “Coletânea” (Editada em dois volumes, no ano de 1998, contendo os cinco primeiros livros do autor).
• O Contador de Formigas (Romance e poesia – 1998 – 1ª edição; 1999, 2ª edição).
• O Ser Poetizado (Poesia e prosa – 2002).
• O Menino dos Olhos Maduros (Novela e poesia – 2002).
• Virgem Santa sem Cabeça (Romance e poesia – 2002).
• Cabine 33 (Romance e poesia – 2004). Foi indicado para o vestibular da Faculdade de Administração de Santo Antônio do Monte (FASAM) nos anos de 2005 e 2007.
• Lógica das Borboletas (Romance e poesia – 2007).
• Jardim de Corpos (Romance e poesia – 2009)
• Quando a Vez é do Mar (Romance e poesia – 2012).
• Poesia de Romance e Outros Versos (Poesia – 2013).
• Tempo Impresso (Poesia e artigos de opinião publicados em jornais – 2016).
• Desmemória de Horizonte (Romance e poesia – 2017).
• Bodas de Bule – Café Sem Pó (Poesia e Novela – 2019).
• Menos olhos, menos chuva & Grãos de loucura (Poesia, frases, novela – 2022).
• Jenipapo no ponto (Romance e poesia – 2022)
TÍTULOS INFANTIS
• Duducha e o CD de mortadela (Livro Infantil – 1ª edição, 2009; 2013, 2ª edição).
• Lelé, a formiga travessa (Livro Infantil – 2013).
• O guarda-chuva do Simão (Livro Infantil – 2015).
• Beijoaria (Livro Infantil – 2017).
• A tartaruga Georgina (Livro Infantil – 2018).
• AGENDA (Livro Infantil – 2020)
ANTOLOGIAS E COLETÂNEAS
• Poetas del Mundo em Poesias (Volume I – abril de 2008 –, Editora Gibim).
• Galeria Brasil 2009 – Guia de Autores Contemporâneos (Livro organizado pela entidade Celeiro de Escritores e publicado pela Editora Sucesso, São Paulo/SP).
• Antologia da Associação Internacional Poetas del Mundo (Volume I – setembro de 2011).
• Lumens em prosa e verso (Antologia ALB-Mariana, Aldrava Letras e Artes e Inbrasci-MG – dezembro de 2011).
• CAFÉ-COM-LETRAS: Revista Literária da Academia de Letras de Teófilo Otoni (Nº 12, dezembro de 2014).
• CAFÉ-COM-LETRAS: Revista Literária da Academia de Letras de Teófilo Otoni (Nº 13, dezembro de 2015).
• Antologia Fernando Pessoa e Convidados (Editora Mágico de Oz, uma produção com a participação de autores brasileiros e portugueses – setembro de 2020).
• LITERATOS VOLUME I (V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho, realização da Academia de Letras de Teófilo Otoni – ALTO, outubro de 2020).
• Antologia Prêmio Melhores do ano 2020 (organizada pela Associação Internacional de Escritores e Artistas – LITERARTE, 25 de novembro de 2020).
Registro do lançamento do livro “Bodas de Bule – Café sem pó”, no Glória Clube, dia 07 de junho, dentro da programação do FLISAMONTE/2019 (Festival de Literatura de Santo Antônio do Monte), que teve como tema a nossa obra “poético-literária”.
Carlos Lúcio Gontijo é homenageado pela revista Official Chic, pela liderança, prestação de serviços e destaque em sociedade.
No site do autor o internauta tem acesso aos inúmeros títulos e honrarias que ele vem colecionando ao longo de todos estes anos, também pelo site as obras do autor poderão serem acessadas e baixadas em PDF.
https://www.carlosluciogontijo.jor.br/